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Etiópia Oriental

por jpt, em 16.08.10

Recebo em casa o Jornal de Letras, edição de 28 de Julho. Contém um interessante dossiê sobre literatura de viagens (não está disponível no sítio), questões a 16 escritores sobre quais os seus livros de viagens preferidos. Cada um apontou cinco e a redacção do jornal compôs uma selecção de 15 livros dedicados a cada um dos continentes, um pouco enviesada para a literatura portuguesa actual, mas isso não lhe tira mérito. É interessante, procurar o que foi apontado, descobrir alguns, lembrar outros. Nessa minha busca noto que infelizmente ninguém lembrou este majestoso livro de Frei João dos Santos, "Etiópia Oriental e Vária História de Cousas Notáveis do Oriente", dedicado na sua maioria à zona do Zambeze no final do século XVI. O autor, missionário de então, era um espantoso observador, o livro um prodígio de olhar e de narrativa, incontornável na história do pensamento português. E é um manancial para a leitura da história social deste país. Tudo isso não obsta a que esteja relativamente esquecido e seja de difícil acesso.

A edição que possuo é da Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, publicada em 1999. Tem introdução de Manuel Lobato, e notas dele próprio e de Eduardo Medeiros. Uma preciosidade. A ver se aparece recomendada no próximo período de férias no hemisfério norte. E (re)editada num dos do sul.

jpt

publicado às 01:28

Os Senhores da Floresta

por jpt, em 28.09.07

Um verdadeiro acontecimento editorial. O lançamento em Portugal do trabalho de Eduardo Medeiros "Os Senhores da Floresta. Ritos de Iniciacao dos Rapazes Macuas". Medeiros aqui foi durante longo tempo (praticamente duas décadas) professor cooperante e hoje em dia ensina na Universidade de Évora.

 

Esta é uma pérola etnografica, e a sua edição, ansiada, acontece na editora Campo de Letras, com apoio do Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto. Deixo ainda a nota do incompreensível atraso da Imprensa Universitária aqui - há cerca de seis anos que tenho fotocópia do "burro" do livro, o cujo nunca veio a ser editado. O autor numa sã e nada vaidosa atitude a querer editar no país da recolha (bem ao contrário de tantos antropólogos "relativistas" e "contestatários" que depois tudo se negam no santificarem hierarquias simbólicas por via dos nomes e pesos das respectivas editoras ...) e a editora da universidade perdida em desmandos e atrasos. Há coisas que se torna necessário dizer.

 

Um abraço a Medeiros. E um alerta aos livreiros: encomendar, encomendar sempre.

 

E já nem digo da hipótese dos antigos empregadores de Medeiros o trazerem cá para apresentação do livro/trabalho.

publicado às 04:09


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