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Tudo (toda a imprensa) o indica, esta será a primeira semana do novo governo português, o regresso do PS ao palácio de São Bento, um governo minoritário com o apoio do BE, do PCP e daquela coisa "os verdes". Muitas tarefas terá o governo, com toda a certeza. Uma atenção sobre aquela vertente "eucaliptos" seria interessante - seria bom neste caso que houvesse um partido ecologista no bloco do poder ou influenciando-o. 

 

Mas estou certo que haverá uma linha de actuação (reclamação) no seio deste novo conglomerado (pro)governativo. Creio que a rapaziada e raparigada universitária e seus afins, conjugada no BE, avançará para uma necessária "causa fracturante". Por entusiasmo; como forma de congregação da fluída coligação; e devido à desideologização da "classe média" europeia (em particular se lisboeta). Por isso presumo que nestas sete colinas e seus subúrbios já estejam alguns trabalhadores intelectuais de estirpe marxófila a preparem a liberalização do consumo do cânhamo com THC ilimitado e mesmo do seu comércio, uma causa fracturante simpática e alegre. Não para avançar este 2016, que isto ainda está muito arisco, mas decerto lá para o ano seguinte.

 

Torço o nariz, e não por razões morais. Pois tenho outra causa fracturante para esta legislatura, em que o BE pode reclamar moedas de troca. É uma causa egoísta, tenho consciência de que o meu tempo se escoa, tende abruptamente para o final. Mas é também uma causa social, sei que não estou sozinho nesta deriva. Como tal considero que para "causa fracturante" actual, para congregar as tropas, para militar, o fundamental será lançar uma legislação abrangente, progressista, da eutanásia. É certo que os mortos não votam e os familiares enlutados tendem para a amnésia. Mas seria um passo no desenvolvimento cultural do país. E, falando por mim, se a legislarem juro que fumarei uns charros em público para apoiar a campanha seguinte, a tal do cannabis. Se ainda cá andar ....

publicado às 15:02

A situação de Eluana Englaro, a italiana a quem será retirada a alimentação que há 17 anos a sustenta em vida vegetativa, é crucial. Que se passe em Itália, sede da hierarquia católica, torna-a não só mais simbólica como relevante.

O cientismo, a higienização e um fundamentalismo individualista, mesclados com (assentes?) a superstição, têm vindo a negar o direito à morte. A uma morte digna. É um passo civilizacional ascendente a recuperação da morte como vida a viver. A decidir. Em termos de valores e de quadros institucionais. A adequação de leis, práticas e valores à eutanásia virá. Que seja o breve possível.

[é marginal, mas sintomático a inexistência do trovejar habitual (e blogo-ribombar) quando surgem outros "casos" de "ruptura". Que o politicamente correcto não se agite, não se erga o usual puritanismo semântico a defender uma qualquer "interrupção voluntária da existência".

Pois os moribundos não são "estilos de vida alternativos" que sirvam para agitar, não são identidades sociais reificadas, não agitam os "direitos culturais" da moda ideológica. São apenas o nosso futuro. E  de todos os nossos. Coisa de somenos importância no bailarico dos engraçados]

publicado às 11:49


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