Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
"…cheguei a um acordo perfeito com o mundo: em troca do seu barulho dou-lhe o meu silêncio…" (R. Nassar)
Deu-me para isto. Enquanto vou arrumando as fotografias acumuladas no meu computador, tenho vindo a meter algumas num álbum do facebook, o "entre-rios", que já leva quatrocentas e tal. Valem o que valem, são memórias de "algos" que me chamaram a atenção e que procuram ser uma narrativa, a minha narrativa sobre o país. A qual assenta nesta imagem aqui colocada, retratando um alfaiate da Ilha de Moçambique e que captei num passeio acompanhado pela Ana Leão: o fotógrafo amador que anda tirando fotografias e se depara com um fotógrafo amador, este logo a anunciar a partilha de estatutos, pelo menos neste momento, o do clic apropriador. A imagem não disfarça o implícito sociológico na "fotografação". Mas trá-la para este tempo, com outros conteúdos. Mas isso é assunto para fora do blog.
Enfim, partilho-as para lhes "tirar o pó". E para quem tenha interesse no que há e vi. E para quem possa, por elas, recordar o que viu.
Coloquei o álbum no meu mural-FB. E "partilhei-o" em três grupos do FB, dedicados a Moçambique e que agregam universos algo diversos de facebuqueiros interessados e/ou amadores de Moçambique. De um deles, grupo aberto que agrega mais de 10 000 mil pessoas e onde inúmeras pessoas partilham as mais diversas fotos alusivas, o álbum foi apagado. Isso deixa-me estupefacto. Que malevolência terão as fotografiazitas - que nem propagandeam, publicitam ou comercializam algo, material ou imaterial? Coisa que remete para a velha questão do quais são os "locutores legítimos" sobre Moçambique - mesmo neste amadoríssimo e despretencioso registo. Décadas disto ... Como dizia na minha meninice o velho Jimmy Hagan, "no comments".
É o tempo actual, dizemos nós, esta realidade pós-moderna, de discursos ditos fragmentados mas acima de tudo apressados. É uma visão ela própria apressada. Pois não é agora que é assim. A pressa do dizer, o "já agora", o tuíter, o sharar antes do outro, já era antes. A diferença é que a gente agora gosta mais assim. O ser já não é ter (a substituição do conceito "Estado-Providência" pela slogan "Estado Social" apenas mostra isso). O ser é mostrar. E depressa.
[A experimentar uma funcionalidade do FB que ainda não conhecera].
Em Portugal no tempo das açordas o povo juntava-se nas tabernas. Ingénuo, incapaz de elevações artísticas e ignaro do pensamento racional, ali se centrava no comezinho quotidiano, dedicando-se aos parcos assuntos das courelas e à vã maledicência, crueldade dedicada à vizinhança e até aos fidalgos das redondezas. Nessa incultura algo letárgico, abandonava-se à preguiça entregando-se aos vícios. Algum jogo, a prostituição quando a havia, e acima de tudo o vinho, modo de vida tradicional, e suas derivações bagaceiras. As sequelas são conhecidas: o alcoolismo pandémico, a violência patriarcal, o incesto, as demências mentais hereditárias que lhe ficaram características.
Cerca de meados de XX, com o progresso esse povo emigrou e migrou. Nisso trocou as velhas tabernas por tascas e cafés. E mudou um pouco a sua dieta, transitando das açordas até saudáveis para a carne, a qual consome de modo esfaimado, como se a querer vingar os seus antepassados. Nisso se foi tornando obeso, doença de pobre, modo de pobre. E foi também substituindo o vinho pela cerveja, coisa mais cara. Mais tarde ainda aproveitou as consequências fiscais da entrada na então CEE para substituir os bagaços nacionais pelo uísque.
Fragilizado por gerações de desconhecimento e pelas doenças que são o seu parco legado herdado, manteve-se atreito à boémia, dedicado ao lazer infecundo, e restrito nos seus maledicentes horizontes. Apesar dos esforços pedagógicos da sociedade (a escolaridade obrigatória, as vacinas) a prodigalidade manteve-se, com os efeitos conhecidos: a violência doméstica, tão causadora da disrupção familiar, a luxúria precoce, originando o drama social da maternidade impreparada, a continuidade alcoólica.
(José Malhoa)
Neste XXI, após as "novas oportunidades" e outras medidas disponibilizadas pelos governos do país, o povo diversificou os seus modos. Mas continuando fiel à sua secular cultura, relapso ao conceito de "indivíduo" e assim incapaz da vontade ascensional. Abandonou as tabernas e tascas, bares e cafés, refugiando-se nas casas próprias, onde agora já há electricidade. E convive nas "redes sociais". Nas quais continua encerrado na maledicência, contra a vizinhança e os fidalgos locais, tão curtos lhe são os horizontes. E continua a entregar-se ao ócio. Mas ainda assim é um progresso, diante dos ecrãs do facebook e similares não se entrega às infindas rodadas, dos whiskies e penalties.
Finalmente podemos aspirar a um progresso deste nosso povo, algo melhorará nas próximas gerações. Por isso mesmo não percebo a oposição nada sanitária que cidadãos distintos como Isabel Jonet e Miguel Sousa Tavares têm a estas novas formas da vida popular. Aparentam mesmo ser adversários do progresso do país. Ou, e deve ser o caso, incompreendem-no.
Imagens obtidas aqui.
Abro o facebook. Tenho a minha "ração de novidades" cheia de fotografias de gente feliz em belos lugares, ele é-os na mamoli, na jangamo, no tofinho, até na ilha, amais a montanha table, e cá para norte acredito que nalgumas estâncias, ainda que por cá sejam mais parcimoniosos nas demonstrações (talvez a crise o agora provoque, talvez o charme discreto o implique, fico na dúvida), locais onde habitam os mais felizes dos sorrisos, as mais medradas das crianças, os mais apaixonados dos velhos casais e os mais surpreendidos dos novos casais, os mais amigos dos amigos, e ainda, e muito, os sóis com mais sol que se conhecem, nas alvoradas, ocasos e durantes.
Ora também sou gente, "filho de Deus", e também me apresto a prová-lo iconograficamente, nisto do "sharo logo existo".
Aqui vos mostro os belos céus e sóis (um bocado enchuvados) de Ka-Lisboa, neste meio da última manhã do ano. E ainda o resplandecente local onde fruímos a quase infinita felicidade que submerge a nossa família ... Potenciada nisto do "não há lugar como a nossa terra" (ainda que a gente resmungue e se encante alhures).
Um bom 14 para todos nós.
Paulo Pinto Mascarenhas, bloguista e animador de blogs, diz e parece-me que acerta, que "o Facebook e o Twitter já quase mataram os blogues". Elísio Macamo, que foi bloguista, usa o Facebook para deixar textos sobre Moçambique, e nisso provoca debate. São textos para aí com 2 páginas A4, coisa de 5000 caracteres (meia página de jornal, mais ou menos). E alguns leitores queixam-se, resmungam, que os seus textos são longos, cansam-se. Porfírio Silva, que é bloguista, sente-se solidário e aconselha aos que no Facebook escrevem textos longos a que "façam parágrafos, coloquem linhas de intervalo. Ajuda a leitura. E, por essa via, a compreensão.".
Não venho com a ideia de que nos blogs habita (habitou) a virtude. Houve de tudo, mas o mais interessante é que há (ou houve) palavra pública livre, nisso expressando as reflexões possíveis a cada um de nós. Pego nestes três exemplos que denotam como ela agora se constrange, amarfanhada nos contextos dominantes. Na vertigem do clic-clic/scroll down os leitores impacientam-se com os textos "longos" que na realidade são curtos. E naqueles recantos, ditos "estados", entre o espaço acabrunhado e o número limite de caracteres, nem sequer os que escrevem um pouquito o fazem (ou sabem fazer) de modo legível, iletram-se.
As "redes sociais" são instrumento de mobilização? Sim, como (re)mostra o actual caso brasileiro. Mas há mais. Nelas reina o mero meme? Sim, mas não só. Também, e principalmente nas questões políticas, o texto curtíssimo vence, em meras invectivas, aquilo que dantes se chamavam "bocas". Alguns jornalistas (alguns destes meus conhecidos, amigos), até (ex?)bloguistas, mas não só, são nisso expoentes, coleccionam os "gostos", e até as "partilhas", que são caixas de ressonância - quanto mais "likes" recolhem, mais "tocados" são, mais difundidos surgem.
É o reino da onomatopeia intelectual. Cada vez mais pobre. Cada vez mais sonoro. "Participado", acham.
Regressado de fim-de-semana prolongado vejo as notícias (as de Portugal, nada de novo, está em estado de "mira técnica"- o governo do "queijo de Limianos" e do sô Relvas morreu de morte suicidada; as de Moçambique - grande vitória sobre Marrocos, para ir ao CAN do ano que vem). E um passeio no facebook (trampolim do ma-schamba e matar as saudades dos amigos distantes). Neste facebooking vejo em vários murais um detalhe delicioso, que não adjectivo dado que o encontro em alguns veros amigos e é sempre uma chatice um piparote público a um amigo (ou conhecido real). Então é assim, como o que resta a muito boa gente é um confuso anti-americanismo (mesclado de obamismo, normalmente, como se este fosse menos gringo) escrevem e "partilham", pomposos, esta tralha:
"AVISO DE PRIVACIDADE: Aviso - qualquer pessoa e / ou instituição e / ou agente e / ou Agência de qualquer estrutura governamental, incluindo, mas não limitado ao Governo Federal dos Estados Unidos, também usando ou monitorando este site ou qualquer um dos seus sites associados, NÃO tem a minha permissão para utilizar qualquer uma das informações do meu perfil, nem qualquer parte do conteúdo aqui contida, incluindo, mas não limitado às minhas fotos, e / ou os comentários feitos sobre as minhas fotos ou qualquer outra "imagem" de arte publicado no meu perfil. Você está aqui notificado que está estritamente proibido de revelar, copiar, distribuir, divulgar ou tomar qualquer outra ação contra mim com relação a este perfil e os conteúdos do mesmo. As proibições anteriores também se aplicam a seu empregado, agente de estudante, ou qualquer pessoal sob sua direção ou controle. O conteúdo deste perfil é privado e as informações confidenciais e sigilosas. A violação da minha privacidade pessoal é punível por lei."
Ora bem, para além da "tontice" legalista (que lei será esta e de onde? como e sobre o quê é aplicável?) há uma coisa fantástica nesta tralha. As pessoas avisam-me que estou proibido de partilhar qualquer conteúdo que coloquem no respectivo mural/perfil: por exemplo, se eu quiser partilhar a informação sobre a exposição "Espelhos Quebrados" de José Cabral que vários dos seus amigos e colegas partilharam estou, por este texto, "proibido" de o fazer. Entenda-se que eles próprios estão a partilhar um conteúdo alheio mas agora surgem a "proibir" que se partilhe o que partilham. Delirante.
Mas há mais delícias, para além do anti-gringuismo básico ("se V. for agente do Tio Sam ou de outro qualquer ..."): avisam-nos os facebookistas indignados que "O conteúdo deste perfil é privado e as informações confidenciais e sigilosas". Dá vontade rir? Sim, o conteúdo é privado. Mas se as coisas são confidenciais e sigilosas que raio estarão a fazer num sítio de publicação voluntária - não seria melhor colocarem "coisas" que não são "sigilosas"? Ou "confidenciais"? Para sublinhar o tom demencial disto: há quem faça da palavra escrita a sua profissão e publique isto. Como ter alguma crença no seu juízo quando escreve (ou "partilha") sobre outra coisa qualquer? Ou, como se dizia nas velhas telenovelas brasileiras, as pessoas "não se enxergam"?
jptOntem, num acesso de mau génio, insurgi-me contra o memeísmo. Erro meu, como poder recusar a beleza dessas ideias bem intencionadas que, quais vírus (e que belo e pop é o quasi-neologismo "viral"), transitam incessantemente de indivíduo para indivíduo, constituindo assim comunidades, culturais e identitárias, momentâneas que sejam, nuvens comunais, até fractais. Que belo. E pós-moderno.
E em assim sendo, todos nós, enquanto afixamos, memeamos, podemos ser quais bonitas, até tadinhas, candidatas em concursos de "misses". A desejarmos e assim lutando pela paz no mundo, pelo fim da fome. Enquanto desfilamos em fato de banho.
Também quero participar. Comungar. Bem-intencionar. Desfilar, em orgulhosa sunga. Assim lutar pela paz no mundo, contra o aquecimento global, para a cura do cancro. Deixo um candidato a meme:
jpt
Nós, a gente dos blogs, dizemos muita patacoada. Isto de ter a mania de ir botando, até por vezes o vício. Depois veio o facebook, aquilo da gente que se expõe em demasia, os perigos para a indivualidade, para a intimidade, etc.
Agora, passados alguns anos, nós, a gente dos blogs, continuamos na mesma. A dizer muita patacoada. Isto de ter a mania de ir botando, até por vezes o vício - talvez um pouco menos, uns desistiram, outros abandonaram. Quantas vezes sem ter nada para dizer.
Mas ali ao lado, no facebook, tudo mudou. É o mundo do memeísmo. Milhares (milhões?) a cruzarem memes. Parece que estou numa papelaria de vilória nos anos 1980s. Um monumental, global, concurso de postais pirosos.
E assim me sai mais uma patacoada. Viciada. Viciosa. Mas, raisparta para não falar doutro modo. Já não há paciência para tanta pirosice.
jpt
Depois de várias vicissitudes (endógenas e exógenas) as actualizações do ma-schamba são agora automaticamente reproduzidas no mundo das redes sociais através de três ligações, as quais ficam à disposição para quem as queira subscrever (há sempre os "readers" privados, claro ...):
A página "Blog ma-schamba" no Facebook, cujas actualizações surgem no rol (rações) de novidades de cada inscrito.
O (novo) grupo ma-schamba no Facebook, que não só actualiza automaticamente como tem ainda a opção de notificar os inscritos sobre os novos postais.
Aqui ficam os três endereços e respectiva iconografia. E a velha palavra de ordem "lê e divulga".
jpt
[Democracia Enraizada (aka Grassroots Democracy) 1]
Há algum tempo criámos no facebook uma página para partilhar fotografias. A ideia de base é "tirar os filtros", sairmos de casa em busca do cliquismo, cada um com a parcela de talento que lhe coube. É a 1 Imagem por 10 Semanas, e já aqui a apresentei. Já se vai na 6ª semana e ao chegarmos à semana passada houve alguns solavancos, dos 50 e tal participantes cerca de 20 "esqueceram-se" de botar. Nas últimas semanas eu fui metendo fotos no meu mural no facebook, tipo lembrete, "apelo aos clics". Mas alguns participantes protestaram com o facto, já enfadados, e deixei-me disso, democracia é isso, aceitar o cada um como cada qual.
Assim sendo venho aqui para o blog e meto esta imagem (by Nokia), recolhida hoje mesmo ali à "Alameda das Escolas Internacionais", enquanto esperava que os os selvagens desimpedissem a via. Que quer apelar aos participantes do 1 Imagem por 10 Semanas. Vamos lá a animar. E a botar.
[Democracia Enraizada (aka Grassroots Democracy) 2]
jpt
Ali na esplanada mais uma vez ouço, e é uma voz amiga, sobre os perigos do facebook, toda esta sobreexposição, o que ela pode acarretar. Tudo isso, e é a segunda pessoa nesse dia a afirmar-me isso, a fundamentar a recusa em ter uma conta. Que as pessoas se desnudam, incorrendo nos perigos de agora e noutros para o futuro. Não me resisto, respondo, "que sabe V. da minha vida?", "que ouve dizer?". A amiga, hesita, alguma coisa sabe, com toda a certeza, que nos conhecemos há um par de anos. "Não, assim mais picante?", insisto, capcioso. E ela, a-pa-ren-te-men-te franca, concede-me um "nada!". Adianto-lhe, tenho um blog há anos, tenho facebook com milhares de ligações, onde está a sobreexposição? "Não é o seu caso", resiste. "Nã, nã", disparo pois já tinha sacado. Pois o que conta é que com tanta informação, ou coisa parecida, não há qualquer sobreexposição, já nem se liga aos detalhes, mudou-se, mudámos a atenção. E é essa a mudança para analisar - que não num mero postal in-blog ...
Pois nisto tudo, nesta era das "redes sociais", vivemos é a era da subexposição. Antes assim.
jpt
Mark Zuckerberg afirmou que num destes recentes dias mais de 500 milhões de pessoas utilizaram o facebook. A dimensão esmaga qualquer blaseísmo ("o que é que isso interessa" ... resmungarão os candidatos a ClarasFerreirasAlves). Daí a atenção pelas mudanças no formato (as quais a AL já abordou aqui) que, a serem como o estão a ser anunciadas, terão efectivos efeitos nas práticas sociológicas (o que não cabe nos discursos dos candidatos a ClarasFerreirasAlves, nem nas respectivas capacidades intelectuais), nas concepções de individualidade, de privacidade, de "público" e "privado". Quase que uma transmutação do que se entende por "identidade".
Alguns críticos já me apareceram a resmungar contra o Big Brother - Orwell foi um escritor óptimo, visionário, mas nunca lhe terá passado pela cabeça isto: um tipo abre uma conta no facebook e depois grita que aquilo é o Big Brother (toma consciência) mas não encerrra a conta. Nem Orwell previu isto, dir-se-ia.
Mas não é o Big Brother, desencantem-se os fans das teorias da conspiração (que normalmente, mas nem sempre, habitam ali à extrema-direita desvairada e na esquerda partisanada, sonhando-se descamisada mas de barriga cheia e banda larga em casa).
A ideologia vigente é outra, é o wallynismo. O novo formato do facebook é apenas um passo em frente ... na cacofonia radical.
Vá, encontremo-nos uns aos outros.jpt
Actualizei o rol de elos do blog - será que ainda se usam essas ligações?. Retirei vários blogs encerrados (a mortalidade bloguística é elevada) e meti uma meia dúzia que nos últimos meses fizeram ligação ao ma-schamba. Infelizmente ainda não encontrei a função (plug-in) no wordpress que permite mostrar as actualizações nos blogs ligados (como o blogspot tem, e a qual é felizmente muito utilizada). Se algum visitante conhecer agradeço que nos informe disso.
Encerrei as minhas contas do facebook - usei-as fundamentalmente para divulgar o ma-schamba, sendo certo que nos últimos dois anos o universo de visitantes muito mudou; não terá crescido mas mudou. As inúmeras ligações ali feitas, mais de 6000, poderão, se tiverem interesse, acompanhar-nos na página blog ma-schamba do facebook, que actualiza automaticamente. Os velhos e tão distantes amigos e amigas que ali [re]encontrei, efusiva e emocionadamente caindo nos ecrãs uns dos outros, encontram-me no velho e-mail (que se encontra neste perfil). E aqui. As gentis pessoas que ali "conheci", e muitas foram, também.
Quanto ao resto disto das nossas comunicações estou convicto que o youtube mostra o caminho. E a TV.
Eu continuo viciado neste radio-amadorismo. E, sorte minha, muito bem acompanhado. [Como é madrinha?, avanças?]
jpt
Nunca gostei do sempre-repetido mandamento bloguístico "escreve sobre o que sabes. Link to the rest". Sempre me irritou o prescritivo sobre esta irresponsável actividade, na qual para mim cada-um-como-cada-qual. Os limites do saber próprio (quando este existe) estão no trabalho, e isto do in-blog é para botar sobre o que vem à respectiva cabeça.
Para além disso o weblog é um diário, de impressões, e estas são (ou podem ser) múltiplas, esparsas - um tipo que só se interessa sobre o que sabe, caramba, é um chato. Claro que há os blogs especializados (dedicados), alguns fantásticos. Mas isso é uma saudável opção, não uma obrigação.
Mas o mandamento de "link to the rest" está estafado no bloguismo acima de tudo por razões tecnológicas. Com a vertigem imediatista do facebook, aquilo do clic-clic e ligação feita perdeu-se muito da dimensão inter-ligadora (e textual, reflexiva) do bloguismo. Aliás, os sistemas (blogspot, wordpress) terão que integrar essa função supra-ligadora. Ou desaparecem.
Como blogar neste contexto? Não sei bem, nem sei se isto tem muito futuro (há anos que se diz que o bloguismo è finito), ainda por cima com a "lentidão" ligadora que tem. Mas, pelo menos, é um sítio e um meio onde se pode escrever ... sobre o que não se sabe. Suprema liberdade potenciada pelo facebook, para onde podemos ir "linkar" coisas, fast-fast, clic-clic, com tanta vantagem ...
Uso o FB fundamentalmente como difusor de ma-schamba (a página blog ma-schamba, o grupo ma-schamba [modalidade que perdeu visibilidade nos murais devido às alterações do sistema FB] e o ma-schamba na aplicação NetworkedBlogs). Ainda assim acumulam-se as ligações, seja por réplicas imediatas de outros murais seja provenientes de outros suportes (blogs também). Como exemplo do supra-linkismo facebookista actual, até vertiginoso, (mas também para meu arquivo, e esperando que alguém se divirta abaixol) deixo os meus dois últimos meses de facebooking, as aventuras nessa likeland reino do clic-clic.
A ordem da colocação aqui é inversa da cronológica ...
64. O (necessário, urgente) elogio da Culinária Moçambicana
63. Documentário de Werner Herzog sobre pinturas rupestres
62. Da enorme série "recomendações dos amigos-FB"...
61. Assange, o wikilikeakista: o facebook é máquina de espionagem! Estes romanos são loucos!
60. Constante reprise
59. Pérolas do youtube ...
58. Um número especial da Science et Vie dedicado ao acidente nuclear de Fukushima (via Klepsýdra)
57. Pérolas do youtube ...
56. O Byrne de oiro.
55. The Clash "Should I Stay or Should I Go?": sem embebimento disponível ... É clicar e ouvir/ver ...
54. Gorongosa. Fauna, Flora e Paisagens, um belíssimo trabalho fotográfico disponibilizado no facebook.
53. 30 Postais sobre Moçambique (elo retirado). Vale a pena lavar a vista.
52. José Sócrates: "seis anos de batota". Que herança ... A arquivar, para não o esquecer.
51. O "vai vir charters" do Paulo Futre. Uma bela peça de marketing mas, muito mais do que tudo, uma lição de rir-se de si próprio. Viva Futre! (o meu candidato ...)
50. O excelente Nkwichi Lodge no Lago Niassa, um verdadeiro eco-lodge e com gente porreira à frente, foi escolhido como um dos 101 melhores hotéis mundiais [Já lá estivemos e sobre isso botei, deslumbrado].
49. Da enorme série "recomendações dos amigos-FB"...
48. Da enorme série "recomendações dos amigos-FB"...
47. Da enorme série "recomendações dos amigos-FB"...
46. Da enorme série "recomendações dos amigos-FB"...
45. Directório de blogs expatriados. Aqui a secção Moçambique.
44. Um ascensão fulgurante, dançarinos moçambicanos integram o último trabalho de Beyoncé.
43. João Pereira Coutinho, no fim de José Sócrates, o pior dos políticos portugueses, com o tique máximo da anti-democracia: "um político que prefere negar a realidade e confunde uma crítica ao governo com uma crítica ao país". Que nunca mais volte, é um desígnio nacional, apesar das suas ameaças "em andar por aí".
42. O excelente sítio Buala a trabalhar sobre Ruy Duarte de Carvalho.
41. O Da Casa Amarela a comemorar o aniversário de Dylan
40. A AL é uma emérita coleccionadora de cartoons e tem um mural FB fantástico nisso.
39. No 70º aniversário de Dylan, ele sobre Elis Regina
38. Forever Mickey
37. Água Vumba premiada, a minha bebida moçambicana preferida. (Sim, apesar de militante da dupla 2M - Manica)
36. A propósito da crise, versão pop-pirosa ...
35. 3XMiles
34. The Guardian a olhar para a imprensa moçambicana e seu impacto social. O elogio do jornal "Verdade", o popular primeiro gratuito, que tanto modificou a paisagem mediática aqui. E que é líder na imprensa informática, com o vigor que coloca - celebrizando-se na cobertura dos acontecimentos de 1 e 2 de Setembro de 2010.
33. Dexter, via MVF - que tem um refinado mural FB. E talvez por isso tão pouco aqui culime ...
32. Mitos industriais perversos, via A Arte da Fuga, um bom pontapé no guevarismo e, mais globalmente, no acriticismo.
31. Um céu limpo global, fruto de um projecto fotográfico de grande monta.
30. Uma nova supernova. A página da National Geographic dá-nos maravilhas diárias ...
29. Naipaul por Naipaul - agora aflorando a "escrita feminina". Um elefante em loja de femininismos ...;
28. Aquando das eleições portuguesas uma reflexão sobre as aldrabices das sondagens políticas portuguesas. Já nas últimas eleições isso se discutiu no bloguismo - o peso simbólico (académico, como se científico, e mediático-televisivo) dos sondageiros, alimentado pela idolatria da numerologia continua a permitir a subsistência e sobrevivência gente. Urge o ostracismo moral. Para todos ..
27. No país da Dirty Dilma: também ler um Que fazer?;
26. Sobre os telemóveis. Cancerígenos ou não?, via De Rerum Natura. Questão de "estação estúpida"? Ou bem pior do que isso? E que efeitos nos fanáticos twitteristas?
25. Chegou o icloud da Apple, e deve mudar bastante as coisas - como por exemplo nunca mais perder os ficheiros por corrupção dos "discos-afinal-moles".
24. Notícia da publicação do Caderno de campo na Guiné-Bissau (1947) de Orlando Ribeiro. Para a agenda de compras quando em Portugal ...
23. Lou Reed Forever
22. Da enorme série "recomendações dos amigos-FB"...
21. Bela galeria fotográfica de arte moderna
20. Kare Lisboa, na Lx Factory: gente família a lutar bem com a crise. E nós de longe a torcermos pelo sucesso, bem-merecido.
19. Lembrei-me da gentil guitarra do Beatle. (um Beatle nunca é ex).
18. Bjork, Venus as a Boy: lembrei-me do vulcão islandesa, mas sem direito a partilha (a função "embeber" foi retirada do youtube para este filme). É clicar para ouvir/ver ..
17. Tomai lá com o Bach, em Lisboa disse uma velha-amiga
16. África em vista aérea, uma galeria sumptuosa a mostrar o trabalho de George Steinmetz, "fotógrafo americano que percorreu e fotografou as paisagens africanas ao longo de 30 anos. Sobretudo do ar, a bordo de um parapente motorizado":
15. Uma dupla de Siouxie, a última das moicanas ...
14. Lago Niassa declarado reserva natural pelo governo de Moçambique, uma boa notícia enquanto há rumores de que empresas se preparam para acelerar a exploração dos "recursos" minerais existentes.
13. Ads of the World: conhecer o inimigo. Para melhor o combater.
12. Canal de Moçambique, o mais belo título dos jornais moçambicanos, a abrir a sua página no facebook;
11. Imperdível, textos sobre Arte Contemporânea africana;
10. Eu lembrei o Tony de Matos e logo uma amiga-FB completou ...
9. O Grande Tony de Matos - que eu sempre recordo a actuar no Coliseu dos Recreios em meados dos anos 1980s, então sala-nobre de Lisboa e como tal vedada aos cantores populares. Foi "special guest star" de Vitorino e levantou o público à ... entrada. Um sucesso, uma reparação. 25 anos depois honra ao Vitorino que provocou o momento ...
8. Da enorme série "recomendações dos amigos-FB"...
7. Da enorme série "recomendações dos amigos-FB"..
6. Uma série apaixonante, a ir ver: Closer To The Truth
5. Uma sumptuosa série sobre filósofos, disponível no youtube, ao qual chego via Crítica. Blog de Filosofia;
4. Vasco Palmeirim - um delicioso humorista dos novos tempos em Portugal que venho conhecendo via youtube ...
3. O silêncio dos livros, um belo blog mostrando leituras.
2. Retirado o título [o grau de doutorada] a deputada europeia [alemã] Silvana Koch-Mehrin que plagiou - informa o Diário de Notícias exactamente no dia em que deixei o resmungo sobre o posfácio dos plágios (e lembrando outro meu lamento mais dorido);
1. Stellarium, um fantástico programa informático que nos põe o planetário em casa (como qualquer miúdo da minha geração teria sonhado).
jpt
[imagem encontrada aqui]
Matinal arrumação dos celeiros: recomposta a página Autores e Estatuto Editorial do ma-schamba, que estava incompleta e desprovida do referido estatuto.
E também foi recolocado o Rol d'Elos - ainda que em versão muito antiga, a necessitar de ser actualizada (aceita-se ajuda).
É certo que as ligações inter-blogs são actualmente menos importantes como condutoras de leitura do que há anos atrás mas são muito funcionais. Lamento nunca ter descoberto neste sistema wordpress a função de elos actualizados que o blogspot tem, e que tantos bloguistas adoptam (por exemplo a coluna do Respirar o Mesmo Ar). Alguém sabe como fazer algo semelhante no wordpress?
Para além disso reinstalou-se uma (ainda muito incipiente) página de Sítios, tendencialmente dedicada a sítios sobre Moçambique, mas não exclusivamente. Se algum leitor quiser dar informações ... agradece-se.
Finalmente a referir que no mundo-facebook, actualmente o grande trampolim de visibilidade do ma-schamba, criámos uma página blog ma-schamba, que proporciona acesso directo aos inscritos, sendo bem mais funcional do que a ligação através dos bloguistas (por "amizade" com estes). Fica a informação para inscrição e/ou divulgação, que "a gente" agradece.
jpt