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Na sequência do postal anterior, dedicada à parolice tuga, neste tempo entre-(des)acordo ortográfico, uma leitora teve a gentileza de me recordar a belíssima e clarividente canção Bárbaros em "Passerelle", de Fausto (pressionar a ligação que ela toca)

I um ar “negligé” furtivo em “dress code” “cool calm and collected” outro “enfant gatê” “whisky on the rocks”

cara estampada em qualquer “hall” mesmo imprimida em “outdoor” o aedo é “low profile” o bardo vai “démodé” o propriamente dito é “forever” “varietés” no “glamour” da cidade no “jet set” a novidade do atirador furtivo perdão do “sniper” a abater em “open space” “just in time” e no “prime time” e então

II o cantor não tem “it” a voz canora “in blue” se sou mais eu e tu e um “partner” todo a nu sou eu mais tu e “true”

mais adoramos um “spin-off” erguido em nosso “buzzword” o “chairman of the board” em “scoop” em “guide lines” no “damage control” da maldição do jacobino fica aqui já pelas custas o “study case” o valdevinos “out” e “in” na volúpia do concúbito um “hat-trick” bem chique na “flash-interview” que mais podemos nós fazer do “to do”

III somos a “entourage” brilhante “brain storm” “made in” em “New York” “opinion makers” e “follow-up” informe

e por falar em português o “flash-back” é amanhã o “sponsor” do artista no “casting” da cortesã na de Rimbaud “en passant” na de Cervantes era dantes na de Camões p’ra depois valha o William se não nunca falaríamos nunca mais jamais no “ranking” de culturas império “shooting-room” em língua pura e em vez das quatro um

e melhor seria um outro “boom” via “e-mail” e em vez do “bug” bedum

“wait and see” “me” mi

(canção encontrada aqui. Imagem encontrada em Fausto Bordalo Dias - Acordes e Letras).jpt

publicado às 01:32

 

Um amigo, o único tipo no mundo que um dia me meteu em karaokices (ainda que em regime "grupo coral"), acaba de me pedir (e a outros) uma lista das canções portuguesas "assim dos 80s/90s" que me tenham sido marcantes (e ainda sejam, acho), um projecto dele. E-mail respondido de rajada e fico-me a pensar "ora aqui está um bom post, ainda para mais na era do "partilhar" facebookiano". Segue o impulso. E, como concordámos na troca final de e-mails, "um tipo podia continuar ..."

 

Lamento uma ausência, não encontro traço do Herman José a cantar "Tirem-me da garagem". Algum gentil leitor me poderá ajudar?

 

"sacola às costas, cantante na mão"

"hoje soube-me a nada ..."

 

 

e os amigos da (minha) rua, claro

 

jpt

publicado às 17:15

Energia Nuclear em Portugal

por jpt, em 18.03.11

A desgraça japonesa faz-me lembrar da central de energia nuclear em Ferrel, Peniche, parada pela pressão popular (1976). A isso Fausto dedicou "Rosalinda" (dizendo " ... pois os que mandam no mundo só vivem querendo ganhar mesmo matando aquele que morrendo vive a trabalhar ..." diante de uma " ... central / que para alguns é nuclear / mas para muitos é mortal ...").

"Rosalinda se tu fores à praia se tu fores ver o mar cuidado não te descaia o teu pé de catraia em óleo sujo à beira-mara branca areia de ontem está cheinha de alcatrão as dunas de vento batidas são de plástico e carvão e cheiram mal como avenidas vieram para aqui fugidas a lama a putrefacção as aves já voam feridas e outras caem ao chãoMas na verdade Rosalinda nas fábricas que ali vês o operário respira ainda envenenado a desmaiar o que mais há desta aridez pois os que mandam no mundo só vivem querendo ganhar mesmo matando aquele que morrendo vive a trabalhar tem cuidado...Rosalinda se tu fores à praia se tu fores ver o mar cuidado não te descaia o teu pé de catraia em óleo sujo à beira-marEm Ferrel lá p´ra Peniche vão fazer uma central que para alguns é nuclear mas para muitos é mortalos peixes hão-de vir à mão um doente outro sem vida não tem vida o pescador morre o sável e o salmão isto é civilização assim falou um senhor tem cuidado..."
jpt

publicado às 20:20


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