Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]



Um outro 'Olhar o Mundo' ?!

por jpt, em 19.05.12

Ontem, num documentário que passou na RTP2, Laurie Anderson quase me convenceu. O discurso da urgência manifesta na maioria  da juventude - este foi o indicador utilizado - na construção de uma outra forma de 'olhar o mundo' era legítimo e bem sustentado. Quase não lhe resisti.

Então o que me fez resistir-lhe, ou melhor, o que me impediu de aplaudir no imediato as suas palavras? O facto de não ser, de maneira nenhuma, a maioria da juventude. Note-se que a conversa, em tom de testemunho, centrava-se nos movimentos activistas a nível mundial, sobretudo do 'Occupy Wall Street' mas Laurie esqueceu-se de referir as reações (essas sim) maioritárias contra essa, e outras, iniciativas.

Mesmo assim foram pistas importantes e bem esgrimidas para a necessidade de mudança de perspectiva, de um 'new point of view' global. Confesso que senti grande empatia quando ela afirmou: "Está tudo a colapsar e é tão bom assistir a isso". Há em mim um certo prazer mórbido ao pensar este ideal de organização social e económica desmoronado. Ou, pelo menos, em conseguir assistir ao seu colapso efectivo.

Com todas as consequências inerentes, necessariamente acontecerá um outro 'olhar o mundo'. A construir, ainda.

O documentário é uma produção e realização portuguesa de 2012 e não está disponível para reprodução in-blog. Assim, deixo este Homeland.

VA

publicado às 02:10
modificado por VA a 18/12/13 às 00:54

Fábrica de notícias

por jpt, em 05.10.11

 Ruben Salvadori, um jovem italiano que combina a Antropologia com Fotojornalismo, convida-nos neste pequeno vídeo a desenvolvermos um olhar crítico sobre as imagens que vemos de cenários de conflitos. Lúcido e pertinente:

 

A presença de um observador define a forma como qualquer acontecimento vai ser visto. E a presença do repórter defina a forma como esse conhecimento vai ser apreendido pelo público. O facto relatado ou fotografado não é realmente mais que uma ‘versão’ desse facto.”

 

 

AL

publicado às 23:42

Os Batmen suíços

por jpt, em 21.08.11

 

Relativamente à crise portuguesa, europeia e, até, mundial, abaixo um simpático comentador, com toda a certeza muito jovem e como tal desconhecedor da gigantesca mutação sociológica em Portugal nos últimos trinta anos, refuta e invectiva o real sob o argumento que Portugal não é a Escandinávia ou similar e que, como tal, este tal real não o é nem pode ser, nem mesmo poderá vir a ser (não o real não é mágico, ídolo. Mas vai existindo ...). Sendo ali comentário único é, no entanto, similar a uma opinião generalizada que é, até, o húmus do "indignismo", tão comum nestes dias. Entetanto no jornal Público a colunista Teresa de Sousa coloca: "A questão é: como é que se renova o contrato social nas novas condições da globalização?" (citada pelo atento Pedro Correia). É exactamente isso que quis deixar, mais palavroso e mais higiénico na questão sobre o "quem ouvir", no tal texto ali em baixo.

 

Ou seja, há profissionais do tal "contrato social" (passo, neste sítio, a discussão sobre o escorregadio termo), cientistas sociais. Muitos deles indignistas, que isto é a era da "epistemologia do engajamento". Mas, com toda a certeza, pelo menos alguns pensadores. É tempo de botarem, pensar partilhando - e não apenas sobre economia política. "Falem agora ou calem-se para sempre".

 

Que o resto é ... Quino.

 

jpt

publicado às 22:34

Uma palestra de David Harvey. Uma maneira de ver, uma animada forma de explanar. Vale a pena acompanhar - eu continuo muito renitente face aos resmungos diante da "deslocalização" (a estúpida palavra que usam) do capital. Continuo a vê-los como efeitos do reaccionarismo corporativo (aquilo a que em Portugal se chamou "fascismo") da chamada "esquerda" europeia, antes sindicalista-comunista, hoje identitária-fracturante (veja-se as lágrimas que hoje em dia vertem pelos touros toureados e pelos cães acanilados, antes pelas "raínhas dragas" e num amanhã célere pelos expropriados dos seus bongos). Chorosa porque já não pode explorar o "terceiro-mundo" para ter salários altos, saudosa do "compromisso histórico" (tardo)colonial que pela exclusão da maioria mundial lhes aquecia as .... "identidades".

Mas esta minha deriva é totalmente lateral ao filme, que vale a pena ver.jpt

publicado às 15:42

bbmoc

A Cara de Moçambique no Big Brother Africa em entrevista no Moz Culture (assim, em inglês no título, em português nos textos). Não fazia a mínima ideia de que "Moçambique" já havia chegado a esta modernidade. Global, claro. Interessante, para além da participação do jovem neste evento do neo-pan-africanismo, é o facto de ser divulgado na imprensa dedicada à "cultura e desporto": será desporto? Qual, o radical?

Mas o realmente interessante, aquilo que denota o novo olho (donde novos conceitos), surge assim: perguntado sobre Das experiências vividas no programa qual é o conselho que deixa aos futuros candidatos a participantes? responde: "Deixe-me dizer a todos jovens moçambicanos “ para pensarem grande” é preciso que os artistas, desportistas e jovens em geral pensem em “furar” fronteiras para difundir as suas habilidades nas mais diversas áreas." A lógica que apreendeu, que é mediaticamente reproduzida, é cristalina. "Estar" no espectáculo real televisivo é estar no mundo artístico (e desportivo?). Daí os conselhos aos "colegas".

jpt

publicado às 04:50

O discurso de Óscar Arias

por jpt, em 20.08.09

Só agora, e por referência de Fernando Ferreira Mendes, tomei contacto com o imperdível discurso de Óscar Arias, em Abril de 2009, na Cimeira Americana, em Trindade e Tobago. Uns meses antes do já referido discurso de Obama no Gana, e igualmente importante. A dependência não é uma irrealidade mas o dependentismo é um mero mito. Pernicioso.

(Transcrevo abaixo, para arquivo, pois estas ligações tendem a ser perecíveis):

"Tengo la impresión de que cada vez que los países caribeños y latinoamericanos se reúnen con el presidente de los Estados Unidos de América, es para pedirle cosas o para reclamarle cosas. Casi siempre, es para culpar a Estados Unidos de nuestros males pasados, presentes y futuros. No creo que eso sea del todo justo.

No podemos olvidar que América Latina tuvo universidades antes de que Estados Unidos creara Harvard y William & Mary, que son las primeras universidades de ese país. No podemos olvidar que en este continente, como en el mundo entero, por lo menos hasta 1750 todos los americanos eran más o menos iguales: todos eran pobres.

Cuando aparece la Revolución Industrial en Inglaterra, otros países se montan en ese vagón: Alemania, Francia, Estados Unidos, Canadá, Australia, Nueva Zelanda… y así la Revolución Industrial pasó por América Latina como un cometa, y no nos dimos cuenta. Ciertamente perdimos la oportunidad.

También hay una diferencia muy grande. Leyendo la historia de América Latina, comparada con la historia de Estados Unidos, uno comprende que Latinoamérica no tuvo un John Winthrop español, ni portugués, que viniera con la Biblia en su mano dispuesto a construir “una Ciudad sobre una Colina”, una ciudad que brillara, como fue la pretensión de los peregrinos que llegaron a Estados Unidos.

Hace 50 años, México era más rico que Portugal. En 1950, un país como Brasil tenía un ingreso per cápita más elevado que el de Corea del Sur. Hace 60 años, Honduras tenía más riqueza per cápita que Singapur, y hoy Singapur –en cuestión de 35 ó 40 años– es un país con $40.000 de ingreso anual por habitante. Bueno, algo hicimos mal los latinoamericanos.

¿Qué hicimos mal? No puedo enumerar todas las cosas que hemos hecho mal. Para comenzar, tenemos una escolaridad de 7 años. Esa es la escolaridad promedio de América Latina y no es el caso de la mayoría de los países asiáticos. Ciertamente no es el caso de países como Estados Unidos y Canadá, con la mejor educación del mundo, similar a la de los europeos. De cada 10 estudiantes que ingresan a la secundaria en América Latina, en algunos países solo uno termina esa secundaria. Hay países que tienen una mortalidad infantil de 50 niños por cada mil, cuando el promedio en los países asiáticos más avanzados es de 8, 9 ó 10.

Nosotros tenemos países donde la carga tributaria es del 12% del producto interno bruto, y no es responsabilidad de nadie, excepto la nuestra, que no le cobremos dinero a la gente más rica de nuestros países. Nadie tiene la culpa de eso, excepto nosotros mismos.

En 1950, cada ciudadano norteamericano era cuatro veces más rico que un ciudadano latinoamericano. Hoy en día, un ciudadano norteamericano es 10, 15 ó 20 veces más rico que un latinoamericano. Eso no es culpa de Estados Unidos, es culpa nuestra.

En mi intervención de esta mañana, me referí a un hecho que para mí es grotesco, y que lo único que demuestra es que el sistema de valores del siglo XX, que parece ser el que estamos poniendo en práctica también en el siglo XXI, es un sistema de valores equivocado. Porque no puede ser que el mundo rico dedique 100.000 millones de dólares para aliviar la pobreza del 80% de la población del mundo –en un planeta que tiene 2.500 millones de seres humanos con un ingreso de $2 por día– y que gaste 13 veces más ($1.300.000.000.000) en armas y soldados.

Como lo dije esta mañana, no puede ser que América Latina se gaste $50.000 millones en armas y soldados. Yo me pregunto: ¿quién es el enemigo nuestro? El enemigo nuestro, presidente Correa, de esa desigualdad que usted apunta con mucha razón, es la falta de educación; es el analfabetismo; es que no gastamos en la salud de nuestro pueblo; que no creamos la infraestructura necesaria, los caminos, las carreteras, los puertos, los aeropuertos; que no estamos dedicando los recursos necesarios para detener la degradación del medio ambiente; es la desigualdad que tenemos, que realmente nos avergüenza; es producto, entre muchas cosas, por supuesto, de que no estamos educando a nuestros hijos y a nuestras hijas.

Uno va a una universidad latinoamericana y todavía parece que estamos en los sesenta, setenta u ochenta. Parece que se nos olvidó que el 9 de noviembre de 1989 pasó algo muy importante, al caer el Muro de Berlín, y que el mundo cambió. Tenemos que aceptar que este es un mundo distinto, y en eso francamente pienso que todos los académicos, que toda la gente de pensamiento, que todos los economistas, que todos los historiadores, casi que coinciden en que el siglo XXI es el siglo de los asiáticos, no de los latinoamericanos. Y yo, lamentablemente, coincido con ellos. Porque mientras nosotros seguimos discutiendo sobre ideologías, seguimos discutiendo sobre todos los “ismos” (¿cuál es el mejor? capitalismo, socialismo, comunismo, liberalismo, neoliberalismo, socialcristianismo...), los asiáticos encontraron un “ismo” muy realista para el siglo XXI y el final del siglo XX, que es el pragmatismo . Para solo citar un ejemplo, recordemos que cuando Deng Xiaoping visitó Singapur y Corea del Sur, después de haberse dado cuenta de que sus propios vecinos se estaban enriqueciendo de una manera muy acelerada, regresó a Pekín y dijo a los viejos camaradas maoístas que lo habían acompañado en la Larga Marcha: “Bueno, la verdad, queridos camaradas, es que mí no me importa si el gato es blanco o negro, lo único que me interesa es que cace ratones” . Y si hubiera estado vivo Mao, se hubiera muerto de nuevo cuando dijo que “ la verdad es que enriquecerse es glorioso ”. Y mientras los chinos hacen esto, y desde el 79 a hoy crecen a un 11%, 12% o 13%, y han sacado a 300 millones de habitantes de la pobreza, nosotros seguimos discutiendo sobre ideologías que tuvimos que haber enterrado hace mucho tiempo atrás.

La buena noticia es que esto lo logró Deng Xioping cuando tenía 74 años. Viendo alrededor, queridos Presidentes, no veo a nadie que esté cerca de los 74 años. Por eso solo les pido que no esperemos a cumplirlos para hacer los cambios que tenemos que hacer.

Muchas gracias."

publicado às 21:58

Ken Lee

por jpt, em 05.03.09

Enviaram-me este curto filme que logo me disseram ser já antigo. Hilariante. Depois pungente. Só depois se consegue olhá-lo de outro modo. Como suma de um tudo.

Uma concorrente, candidata a cantora, na sequela búlgara do "American Idol", o mesmo modelo desses "Operação Triunfo" ou "Famashow" que cada país vem implantando e repetindo até à exaustão das audiências. Onde o conteúdo é sempre similar, a imitação do bom, do bom produto (a competência, o estilo), do bom tom (o timbre, as vestes, o gestual), do ser (o repertório).

Um bom que vem de fora, de um determinado "fora" correcto - mesmo quando o produto copiado é nacional é porque é um "nacional" dentro dos conformes já instituídos. Claro que há recriações, reapropriações, reutilizações, novos sentidos criados [a chegada apotéotica à Beira do jovem vencedor do primeiro Famashow é significativa]. Mas fazendo tábua rasa das arestas inconformadas. O cerne de tudo é um produto pisado e repisado em que o Valor é o auto-esvaziamento, uma transição para ser-recipiente.

Daí que o desvario desta candidata a Mariah Carey, ante o olhar estupefacto de um juri também ele cópia doutras Mariahs Careys, apenas um pouco mais buriladas, seja tão exemplar. Hilariante. Desesperadamente hilariante. Espelho do nosso comboio.

publicado às 18:19

calamidades

por jpt, em 26.03.07

(22 Peto; Mopeia. Marco 2007)


(22 Peto; Chupanga. Marco 2007)

e ...



(Soekarnoputri; Aldeia 1 de Maio, Caia. Marco 2007)

publicado às 09:31

calamidades

por jpt, em 26.03.07

(22 Peto; Mopeia. Marco 2007)


(22 Peto; Chupanga. Marco 2007)

e ...



(Soekarnoputri; Aldeia 1 de Maio, Caia. Marco 2007)

publicado às 09:31

...

por jpt, em 21.02.07
Coisas do neo-celibato, à última hora descobre-se que quase tudo do importante vai faltando na casa quasi-pós-camping. Agora o termómetro, obrigatoriedade de pai. Ali à farmácia num pulo, confrontado com duas hipóteses. A mais barata, 230 meticais, origem indiana. A mais cara, 370 meticais, origem alemã. Hesito, confesso, quando inerte tendo ao buy european, proudly eurocentric, essas coisas. Depois, reajo, e não é só a bolsa que o provoca, é mesmo ideológico. Ser global é, agora, isto, o comprar indiano. Ser global, ser justo. E já agora, poupo 140 paus.

E lá vou medir a febrezita da minha princesa, dona desta nova casa. Ela consciente da tarefa até ao pi-pi-pi, e coisa grave não será, que não o aparenta. Mas, quanto? ... Hâ...hâ... Ah, afinal. Pois o termómetro indiano, apesar da imagem do pacote mostrar o contrário, só dá temperaturas em Fº, enormes? No dia seguinte, febre debelada é certo, lá regresso à farmácia, "Senhora o termómetro que me vendeu? só dá temperaturas em Fahrenheit", "O quê?", mas logo investiga e se satisfaz "mas tem aqui a tabela das conversões". Até me rio, num "era o que faltava", troque-me (e trocou, vá lá, vá lá) lá isto pelo alemão mais caro.

Ser global?

publicado às 10:07

...

por jpt, em 21.02.07
Coisas do neo-celibato, à última hora descobre-se que quase tudo do importante vai faltando na casa quasi-pós-camping. Agora o termómetro, obrigatoriedade de pai. Ali à farmácia num pulo, confrontado com duas hipóteses. A mais barata, 230 meticais, origem indiana. A mais cara, 370 meticais, origem alemã. Hesito, confesso, quando inerte tendo ao buy european, proudly eurocentric, essas coisas. Depois, reajo, e não é só a bolsa que o provoca, é mesmo ideológico. Ser global é, agora, isto, o comprar indiano. Ser global, ser justo. E já agora, poupo 140 paus.

E lá vou medir a febrezita da minha princesa, dona desta nova casa. Ela consciente da tarefa até ao pi-pi-pi, e coisa grave não será, que não o aparenta. Mas, quanto? ... Hâ...hâ... Ah, afinal. Pois o termómetro indiano, apesar da imagem do pacote mostrar o contrário, só dá temperaturas em Fº, enormes? No dia seguinte, febre debelada é certo, lá regresso à farmácia, "Senhora o termómetro que me vendeu? só dá temperaturas em Fahrenheit", "O quê?", mas logo investiga e se satisfaz "mas tem aqui a tabela das conversões". Até me rio, num "era o que faltava", troque-me (e trocou, vá lá, vá lá) lá isto pelo alemão mais caro.

Ser global?

publicado às 10:07

Da vela velha à vela nova

por jpt, em 28.11.06

Mudança na paisagem urbana de Maputo, a provocada por este 1º Festival da Baía, organizado pelo Clube Maritimo.Uma regata de barcos de pesca artesanal, cento e vinte. Bons patrocínios, ranchos individuais para os participantes, prémios para os melhores classificados. De algum modo um pequeno contributo para uma comunidade piscatória em dificuldades: as de sempre, às quais se juntam a rarefacção do peixe e a mutação da costa - parece que a ninguém chamou a atenção o facto do ancoradouro dos barcos ter recentemente deixado de ser na aldeia dos pescadores, transferindo-se alguns kms na direcção de Maputo. Entenda-se, a costa está a mudar rapidamente, a baóa altera-se, até por influência, dizem rarissimos entendendidos (no singular, até), da construção da Barragem dos Pequenos Libombos.

Mas falo aqui de outra mudança na paisagem, entenda-se o fim de algum pitoresco, esse pitoresco miserabilista tão apreciado por tantos que buscam o "puro", o intocado pelo capitalismo. Pois este Festival teve também como incentivo para a participação a doacção de uma vela nova, cento e vinte chegaram,

assim possibilitando a substituição de tantas velas retalhadas (apenas belas para os postais), e trazendo maior velocidade aos barcos donde maior tempo de pesca.

Claro que a baía ficaráa agora "menos bela" para quem a olha, polvilhada de nomes e logotipos das empresas nacionais. Mas, decerto, mais bela para quem a vive.

publicado às 08:11

(Ilha de Moçambique, Outubro de 2006)

publicado às 07:57

Globalização

por jpt, em 24.11.06
(Ilha de Mocambique, Outubro de 2006)

publicado às 07:25

Globalização e Linguística

por jpt, em 23.11.06


(Namaacha, Novembro de 2006)

publicado às 07:02


Bloguistas







Tags

Todos os Assuntos