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"Basta Viver": 1 ano de Portugal

por jpt, em 09.09.15

basta viver.jpg

 (Ilha do Zambeze, entre Manica e Tete, meados de 00s)

 

 

Março passado, já em Março, numa sexta-feira fui jantar com grande amigo, daqueles ... Chegados àquilo dos cafés quis pedir uísques, novos e parcos por causa dos preços, mas ele negou-se. Pois vive fora de Lisboa, iria guiar, não podia passar daqueles dois ou três copos de vinho que corrêramos. Viu-me desencantado e aventou que fosse eu para casa dele, beberíamos algo noite fora, nisso conversaríamos, dormiria eu por lá e regressaria no dia seguinte de comboio. A sede apertava, assim fiz(emos). Na manhã, já sábado feito, hora do almoço, regressei à capital no tal cavalo-de-ferro, indo para um seminário, não sabia ainda que para ouvir daqueles antropólogos emp(r)enhados, cheios deles mesmos a julgarem que isso são causas, aquelas aparentes das gentes com as quais trabalharam, observando-as. Aportei à estação de Entrecampos no intuito de me chegar ao ISCTE, o local onde falaria o revolucionário encartado, por corso doutoral, e alguns outros. O dia ia soalheiro e ali mesmo na Av. da República, enquanto marchava, tirei o casaco, pendurando-o no indicador direito e abandonando-o ao ombro, mesmo como se funcionário. Depois, já na esquina da "Forças Armadas", avenida assim ascendente, e porque o calor já apertava, transpirando-me, tirei o pull-over. E só depois, alguns passos passados, me apercebi, quase lacrimejando, e digo-o sem exagero: estava em mangas de camisa, ainda que compridas. E há mais de seis meses que não andava na rua assim.

 

Lembro-me muito disto, do gélido que andei, e do como tanto o notei naquele dia d'alvorada da primavera, esfuziante com aquela liberdade de súbito sentida. E hoje mesmo ainda mais, este hoje entre 8 e 9 do Setembro. Pois faz agora um ano que parti de Moçambique regressando à "Pátria Amada" (aquele tão pleonasmo moçambicano). E porque um blog é mais do que tudo um diário aqui refiro a data, partilhando um bocado, ainda que sem o dizer, do que quebrou então mas que se vai colando devagar no esforço das cálidas mãos amigas. Pois é difícil o regresso, quase-exílio no princípio. A sarar também, que Portugal é lindo. E, muito mais do que tudo, porque "basta viver", como aprendi, um duro dia, lá no Zambeze.

 

Para cantar isso, essa verdade, deixo 4 canções, 3 que são "standards" e uma, a "Piloto Automático", que o virá a ser. Como se banda sonora da vida, esta que me basta ...

 

 

publicado às 00:37

 

Um amigo, o único tipo no mundo que um dia me meteu em karaokices (ainda que em regime "grupo coral"), acaba de me pedir (e a outros) uma lista das canções portuguesas "assim dos 80s/90s" que me tenham sido marcantes (e ainda sejam, acho), um projecto dele. E-mail respondido de rajada e fico-me a pensar "ora aqui está um bom post, ainda para mais na era do "partilhar" facebookiano". Segue o impulso. E, como concordámos na troca final de e-mails, "um tipo podia continuar ..."

 

Lamento uma ausência, não encontro traço do Herman José a cantar "Tirem-me da garagem". Algum gentil leitor me poderá ajudar?

 

"sacola às costas, cantante na mão"

"hoje soube-me a nada ..."

 

 

e os amigos da (minha) rua, claro

 

jpt

publicado às 17:15


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