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[Jugurtha, de Hermann]

 

(imagem retirada do sítio oficial de Hermann)

 

Agora que "Roma" acabou com quarenta e tal anos de ditadura kadafiana ... virão dizer que é tudo similar ao 2011 do Egipto e da Tunísia. Não foi, nem é. A ver vamos.

jpt

publicado às 02:32

Afrika, de Hermann

por jpt, em 14.09.08

hermann-afrika.jpg

O problema em Hermann é que passaram quarenta anos desde que começou a desenhar o Comanche de Greg, arquétipo (literalmente falando) do "western". E por mais esplendor gráfico que Hermann apresente as suas personagens são, desde então,  sempre pálidos estereótipos. E os enredos nunca daquela densidade. Assim, e por mais injusto que isso seja, o leitor compara (once a Red Dust, always a Red Dust).

dario-ferrer.jpg

Daí a pouca empatia com este Dario Ferrer de Afrika (Éditions du Lombard, 2007 [1993]), o eterno hermannesco desajustado, envelhecido mercenário, agora ecologista desamparado, vítima de um mundo que já não quer aceitar. A maturidade como crescente recusa, de si-próprio e de vós-outros. Figura anti-herói constante, que na galeria recorrente só nos traz o excêntrico item de ser careca.

Mas acima de tudo a desilusão com a tal "Afrika" que ele anuncia, uma constante desistência cognitiva europeia, o "k" de "isto é Afrika", um não-west de oportunidades, um sim-south de desorganização e ingerências, um factor "k" na equação de uma selva de trevas. Daí ao suicidário Ferrer nem um passo vai. Simplicidade de olhar.

Para além do esplendor gráfico - o que sempre vale no olhar de Hermann - é isso que fica.

publicado às 23:47


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