Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]



Maldito relativismo

por jpt, em 01.05.12

Nestas coisas da auto-punição ocidental ("O Remorso do Homem Branco", chamou-lhe há 30 anos Pascal Bruckner) a aparência bem-pensante funciona, tem piada, parece esclarecida. Alimentada do chic do relativismo, na encenação do cosmopolitismo. Nesse can-can a esconder-se a pobreza da melodia, da reflexão. Passo pelo FB, o rossio de agora, e abundam as generalidades. Muitas nesse eixo. Esta é uma delas. Quem poderá contestar a sua pertinência? O seu elegante relativismo, o pasto de tantos antropólogos e colegas transdisciplinares, o encanto de quem com eles convive?

Valerá a pena citar um texto de 1869, de um pensador que se tornou extremamente influente em determinados contextos culturais e políticos? E considerar que as coisas não são um cartaz divertido, a festa da aparente irreverência, mas uma história, feita de processos e lutas por direitos?  e de textos? Que foram e são contextuais, local, cultural e intelectualmente? E que, já agora, mas isso até é uma minudência, até acompanham a mudança ou continuidade das vestes predominantes?

Ainda assim, a ver se enveneno a dieta de alguns antropólogos, e de seus "companheiros de estrada":

"The object of this Essay is to explain as clearly as I am able, the grounds of an opinion which I have held from the very earliest period when I had formed any opinions at all on social or political matters, and which, instead of being weakened or modified, has been constantly growing stronger by the progress of reflection and the experience of life. That the principle wich regulates the existing social relations between the two sexes - the legal subordination of one to the other - is wrong in itself, and now one of the chief hindrances to human improvement; and that it ought to be replaced by a principle of perfect equality, admitting no power or privilege on the one side, nor disability on the other."

É assim que começa "The Subjection of Women" de John Stuart Mill. Repito, de 1869.Há coisas muito mais importantes, e saborosas, do que papar estes cardápios ilustrados da imbecilidade. Assim como que os menus das casas de hamburguers ...jpt

publicado às 03:57


Bloguistas







Tags

Todos os Assuntos