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"…cheguei a um acordo perfeito com o mundo: em troca do seu barulho dou-lhe o meu silêncio…" (R. Nassar)
[José Luís Peixoto, Morreste-me, Temas e Debates, 4ª edição]
A bondade de ler os autores mortos não é apenas o facto de que se o tempo passou e os livros continuam a girar entre-nós algum mérito devem ter. Não apenas, é também porque aos mortos não temos que os encontrar, mais às poses, opiniões e vestes entre tv e revistas. Este é um caso máximo, de José Luís Peixoto sempre guardei uma opinião irritante. E, desde há algum tempo, até enojada, passados que foram os olhos por uma qualquer revista onde pavoneava o corpo tatuado, - essa imbecil moda geracional que nada mais é do uma masturbação pífia com a Victoria Beckham, burguesotes como-se-atrevidos em apartamento de subúrbio. Daí a não o ler nem um sopro foi quanto mais um passo.
Agora deixei-me a ler este "Morreste-me", ali entristecido na estante. Não podia o homem esconder-se e só escrever? Um nó cá dentro, deixou: "O silêncio fluvial, a vida cruel por ser vida".