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"A Viagem" de Tatiana Pinto

por jpt, em 24.11.12

 

Acabado de publicar, lançado hoje mesmo, este novo livro da colecção "Contos e Histórias de Moçambique", uma série infanto-juvenil que é uma iniciativa da Escola Portuguesa de Moçambique - Centro de Ensino de Língua Portuguesa. É o "A Viagem", uma adaptação de um conto moçambicano (recolhido por Junod, e muito saudavelmente apresentado no final do livro).  As belas ilustrações são um produto colectivo, com base em trabalhos originais do artesão Tomás Muchanga, editados por Luís Cardoso (um resultado muito bem conseguido). O texto é de Tatiana Pinto, no que é já o seu segundo livro (a Tatiana é muito querida nesta família, o que nos incrementa o desvelo com que acompanhamos esta sua via literária). O tema é a afirmação de género (entenda-se, a igualdade de estatutos e direitos), mas abordada com um carinho nada invectivador, uma sedução literária a fruir, uma atitude intelectual a partilhar.

 

Um livro bonito, a usar e a ofertar. Gostámos muito.

 

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Uma nota, completamente lateral ao livro e aos autores, ortográfica que é. E antipática:

 

[eu tinha refeito o texto e retirado esta nota, deixando-a para um texto autónomo sobre a matéria. Acontece que este postal já estava comentado, referindo-a. Assim opto por voltar à "primeira forma"]

 

A EPM-CELP é uma instituição do estado português que nasceu como de "cooperação" no ensino (ainda que de facto seja algo diverso). Como tal faz-me alguma confusão que edite, em Moçambique, e para Moçambique (e, inclusivamente, para distribuição "gratuita nas escolas públicas e centros infantis de poucos recursos" no país), uma obra de escritora e artistas moçambicanos numa grafia que não é a nacional. Não só, nem fundamentalmente, por aquilo que tantos vão dizendo, isso de que a adopção do acordo ortográfico no contexto português assenta numa ilegalidade. Mas porque - e apesar de haver os tristes antecedentes locais, muito tristes acho, tão tristes que nem os adjectivo, da Ndjira (uma sucursal da Leya/Caminho, a olhar para aqui como se fosse Lisboa) e da própria Marimbique (a dizer-me que a olhar o futuro inevitável, e eu a não concordar) -, não me parece muito curial que o estado português (através da sua escola) edite aqui (repito, edite aqui) e dissemine - gratuitamente - a grafia que não está acordada no país. É uma espécie de (pouco) subtil imposição, um fait accompli desrespeitador da soberania (gráfica) local. Entenda-se, uma coisa é ensinar dentro de portas da Escola Portuguesa (onde a adopção é criticável, mas compreensível dada a pressão política), outra é publicar para distribuir fora de portas - sendo que, ainda por cima, nem em Portugal é obrigatória a utilização da "nova" grafia.

 

Ou seja, é uma questão cultural mas também uma questão política.

 

Estou a ser antipático? Poluindo a nota sobre a obra da amiga, cutucando a equipa editorial, gente amiga, resmungando com a EPM, cheia de gente amiga? Talvez. Mas é a minha forma de ser "ativista" (sic) face a uma "colecção" (sic). Para bons entendedores duas citações chegarão. Não é uma gralha (à escolha, qual delas o poderá ser). É apenas o confusionismo. O confusionismo gráfico que reina entre os colaboracionistas com o obscurantismo. Lusófono. Perdão, luso-tropical. Ele próprio confusionista. Ontologicamente confusionista.

 

jpt

publicado às 01:12

Leituras infantis

por jpt, em 04.10.08

capa-esopo.jpg

 

Três ou quatro por dia (continuadas com Asterix). "Gostaste?", "Adorei!".

publicado às 16:54

Dia histórico

por jpt, em 04.06.08

Image:Asterixcover-6.jpg

 Asterix, Asterix e Cleopatra por René Goscinny e Albert Uderzo.

 

Pois dia da introdução. Antes de dormir as primeiras páginas, a primeira leitura de Asterix. Este. - Depois, quando eu saio do quarto fica a adormecer com um outro livro, de princesas. De outras princesas, não da Cleopatra.

publicado às 22:51


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