34 anos depois eis a segunda exposição individual de Mankew em Moçambique - pelo seu caminho aconteceram outras duas, na então RDA. Se tamanha discrição surge surpreendente, tal ainda mais o é se recordado o facto do artista ser sempre referenciado como um dos vultos cruciais da "primeira geração" de artistas moçambicanos. E de ter sido vulto querido da política cultural nacional. Tanto tempo sem se apresentar a solo, coisas de uma personalidade recatada e auto-crítica, dizem.
"Realista" apresenta-se. E explicitado no texto do catálogo, de Júlio Carrilho: "... imbuindo a sua obra de um imaginário nacional (se é que tal existe como facto geral)...". Mas tais ideias poderiam induzir em erro - pois assim o sendo há neste seu universo um despojamento silencioso, um tenso ar que alguém dirá poesia, que (me) equivale a um murro na alma. Uma grande exposição. Enorme.
"Este poço não tem água" (oleo sobre tela, 95X70 cm, 2007)
"Vamos à produção" (acrílico sobre tela, 95X70 cm, 2007)
No Museu Nacional de Arte, até 16 de Dezembro, com debate alusivo a decorrer no próximo dia 6.