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O último de Vargas Llosa, um ensaio - de porrada - visando o pobre espectáculo da civilização ou pegando num título do citado e comparado em breve passagem como se pouco lhe importasse, Woody Allen, um texto violento, crítico, sério, de como vamos acabando ( ou acabámos?) de vez com a cultura. Duro o embate para os bem intencionados, defensores da equalização cultural destes tempos que se vão atrevessando e do livre mas não filtrado acesso a tudo e a todos com resultados desastrosos no que se "produz", da música à literatura, do cinema a tudo o que couber passando pelo sexo e pela religião/ religiões, nestas páginas do bom e velho Mário. Pena ser traduzido para acordês mas a Quetzal é soberana

no critério editorial/ comercial.Boas leituras, estas ou outras.

 

 

mvf

publicado às 23:51

O Nobel para Mario Vargas Llosa

por jpt, em 07.10.10

Um dia aqui resmunguei que lhe deviam dar o Prémio Camões. E também neste blog resmunguei que devia Portugal ter um prémio abrangente (Fernão Mendes Pinto?) e começar por o atribuir a Vargas Llosa. Vendo o escritor como símbolo perfeito de um necessário desencastrar da imagem que o país tem de si mesmo, sua história e actualidade.

E também o citei, um breve excerto que condensa uma visão do mundo, nela demonstrando o porquê da renitência de secções da intelectualidade europeia (moralmente totalitárias, para além das retóricas "libertárias") face à sua personagem - e por isso tanto tardou este prémio (o mais global da literatura).

É um enorme escritor - e deveria ser só disso que se fala aquando dos prémios literários. Mas não é assim, como se sabe, pois sendo literatura também a construção de mundos os ecos dos prémios soam nesses mundos sonhados e construídos. E assim sendo abrindo campo para nós, os só leitores não-especialistas, botarmos opinião.

Por isso mesmo um prémio Nobel da Literatura para Mario Vargas Llosa é também um prémio à civilização. Dia feliz, portanto. Menos para os "chibos". E seus sequazes. Que são muitos. De vários formas e feitios. Mas sempre "chibos". E sequazes.

jpt

publicado às 16:21

A civilização em Vargas Llosa

por jpt, em 02.08.06

Nos finais de Fidel Castro, mero e vero "petty tyrant with blood on his hands".

"Amo profundamente a liberdade. É uma das maiores conquistas da humanidade e deve ser defendida. E isso leva-me muitas vezes a desencontros radicais com a esquerda, porque alguns de seus sectores não têm essa concepção da liberdade e estão dispostos a sacrificá-la pelo poder. De modo que ataco os ditadores, sem excepção, inclusive os de esquerda, como Fidel Castro ou Hugo Chávez, da mesma forma como ataquei Pinochet do primeiro ao último dia. Agora, serei de direita por criticar a esquerda e não engolir o que esta engole muitas vezes, como o nacionalismo ou até mesmo o racismo? Quanto ao resto, acredito que muitíssimas coisas me afastam da direita. Não me vejo como um conservador, não acredito que o modelo ideal de uma sociedade esteja no passado. Sou um liberal, acredito que, ao contrário, é preciso continuar construindo, aperfeiçoando o modelo ideal de sociedade." [Mario Vargas Llosa, via Google retirado do blog Profissão: Repórter]

E, antecipando as lamúrias, no Publica encontro ainda esta citação:

"Another argument wielded against the trial of Pinochet is that standard by which certain pundits, intellectuals, and politicians judge dictators: why don't the despots of the left deserve the same repudiation as those of the right? By any chance did the adversaries of Pinochet suffer more cruelty and shed more blood during the 17 years of the Chilean dictatorship than have the opponents of Fidel Castro have in his 40 years of tyranny? Any even moderately well-informed person knows that, although of clearly different ideologies, both individuals are responsible for untold abuses against the most basic human rights, which should translate into identical condemnation and pursuit on the part of the international democratic community. Nevertheless, we already know, just as not a single democratic government defended Pinochet, only the smallest number of governments of this sort dare to call Fidel Castro what he truly is: a petty tyrant with blood on his hands. And some 20 Latin American presidents and prime ministers will proceed with a groteque political rite in a few days, traveling to Havana to embrace this repugnant individual and legitimize him, signing with him, once again, with neither trembling hands nor heads hung in shame, a declaration in favor of the freedom and legality as the adequate standard for the development of the Latin American community."

E ainda: "

"After a while this moral double-standard (this "moral apoplexy," as Jean François Revel calls it) to treat dictators depending on whether they are from the right or the left, is outrageous, especially from the mouths, pens, and actions of the cynics who, when they bother, call themselves democrats, or (the biggest joke) progressives."

[Excerto de The Pinochet Case, de Mario Vargas Llosa ( ligação pereceu [7.10.2010]), um texto de civilização cuja citação aqui esconde o ainda mais importante aí contido].

publicado às 23:49


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