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Personalidade 2013 em Moçambique

por jpt, em 29.12.13

 

 

É mera superstição matemática isto de acharmos que após determinado número de dias acaba qualquer coisa, um ano por exemplo, e que devemos fazer rescaldos do que se passou no último naco de tempo, para a este impor marcas. Também é certo que a vida sem estas coisas, superstições e marcações, teria menos piada. Por isso mesmo escolho a personalidade moçambicana do ano.

 

Certo que num ano tão complexo para o país muitos poderão olhar outros redutos do social. Para mim a personalidade pública que mais se destacou foi a Associação para o Desenvolvimento Cultural Kulungwana: constante no apoio privado (ainda que não economicista) às artes plásticas, com um painel cuidado de exposições e de colaborações; muito bem sucedida na realização do Xiquitse - temporada(s) de música clássica em Maputo, algo cada vez mais sedimentado, descentralizado e com público local. Mas mais do que tudo com a belíssima iniciativa, investimento, de participar na 6ª Feira de Arte de Joanesburgo, aí apresentando uma boa exposição, “TempoRealTime”, fotografias de Filipe Branquinho, Mario Macilau e Mauro Pinto. Belos trabalhos excelentemente apresentados, numa acurada curadoria de Berry Bickle. A mostrar um caminho cosmopolita, na realização e na produção, que urge nas artes moçambicanas. E, sem qualquer hesitação, no resto das actividades nacionais.

 

Por isso aqui fica a minha vénia à Kulungwana!

publicado às 18:40

(obras de) Mauro Pinto

 

 

(obras de) Filipe Branquinho

 

Estiveram na recente Paris Photo. Uma escolha do galerista André Magnin (que juntou este belo cardápio de fotógrafos africanos - convém visitar, para não se ficar apenas centrado nos fotógrafos moçambicanos). Magnin dá uma interessant entrevista ""África é o futuro da fotografia" (em francês) - recordando a extrema modernidade de Ricardo Rangel e explicitando  a relevância da escola moçambicana de fotografia. E, noutro âmbito, aflorando a emergência, lenta, de um mercado africano de arte.

 

Deixo um filme sobre o Filipe Branquinho, o Mauro já vai laureado, mais conhecido:

 

publicado às 08:27

Uma mostra colectiva

por jpt, em 07.09.11

Não é uma má ideia. A inaguração de uma albergaria, no "cimento" de Maputo, é saudada por uma mostra de artes plásticas nacionais. Foi o Mauro Pinto o organizador. Os nomes são os dominates da sua geração. Dá para ir, espreitar o sítio, e ver se a mostra vale a pena - muitas destas mostras, que são recorrentes, têm sido feitas descuidadamente, tanto pelos organizadores como pelos próprios artistas que mandam algo, só para participarem. Então aqui fica a divulgação, para se ir espreitar. E opinar, que é o que mais falta sobre estas "coisas" ...

jpt

publicado às 17:32

 

Hoje, quinta-feira 17 de Março às 18:00 h., será apresentado na  livraria Minerva Central o livro "Crónicas da minha Tia de África" (editora Turbina), um conjunto de textos de Elisa Santos que integra desenhos de Pinto e fotografias de Mauro Pinto. Elisa Santos é uma patrícia que aqui viveu alguns anos, estando agora em Angola (país de onde se deslocou para aqui apresentar o livro). Por cá desenvolveu intensa actividade no meio artístico (e dizem-me que foi a responsável anónima do Arte em Movimento, blog dedicado à actividade artística em Moçambique). Agora partilha, em registo de comunicação com um sobrinho, as suas experiências em África.

jpt 

publicado às 10:02

[Fotografia de Mauro Pinto, copiada de Pontos de Convergência - Maputo/Luanda, inscritos na Galeria Virtual]

Obrigatório acompanhar o Buala. Cultura Contemporânea Africana, com coordenação de Marta Lança (edição geral) e Marta Mestre (edição da galeria). É o primeiro portal multidisciplinar em língua portuguesa de reflexão, crítica e documentação das culturas africanas contemporâneas. E está muito bem conseguido, excelente mesmo.

jpt

publicado às 02:14

Água é Vida

por jpt, em 12.06.10
[Fotografia de Mauro Pinto, reproduzida do desdobrável que acompanha a exposição]Até 14 de Junho poder-se-á visitar na AMF a mostra colectiva "Água é Vida", que apresenta trabalhos de doze fotógrafos, profissionais e amadores: Mauro Pinto, Hugo Costa, Hugo Soeiro, Anabela Lemos, Carlos Litos, Daniel Ribeiro, Carlos Bento, Madyo Couto, Zeca Ribeiro, Uno Pereira, Paulo Alexandre, Filipe Branquinho. Na sua grande maioria inscritos na tradição fotográfica local, um olhar repórter - com particular excepção das fotografias de Uno Pereira. Mas coisas díspares, atenções diversificadas sobre fauna, trabalho extractivo, mundo rural, etnografia urbana, etc. o que torna a mostra muito visitável. Pelo que tem - e nesse contexto entre outras fiquei atento (quando é com fotografias a minha "atenção" é sempre sinónimo de "inveja") a uma foto de Paulo Alexandre ("Maputo 2008", um delicioso momento de cheias na Baixa da cidade) e a uma de Madyo Couto ("Ilha de Moçambique, 2009"). Mas também visitável pelo que aponta serem as constantes dominantes da prática fotográfica em Moçambique, uma tendência demonstrativa empenhada, um "mostrar do mundo" pelo mundo. Característica abrangente talvez mais entendível num mostra até despretenciosa como esta do que em eventos mais encenados e/ou profissionais.Uma outra razão de peso para visitar a mostra - e para trazer a documentação que a acompanha - será a de assim se poder contactar com a organização que a patrocina, a Justiça Ambiental. Esta é uma ONG voluntária nacional que vem actuando na área da protecção ambiental e do incentivo ao debate público desde há quase uma década. Explicitamente, e esta exposição nisso se insere, no questionamento ao paradigma desenvolvimentista casado com a produção de barragens eléctricas. Tem a Justiça Ambiental tentado problematizar essa questão, em particular o projecto da nova barragem de Mphanda Nkuwa. Assim recusando a tendência para se considerar a inevitabilidade da construção desta (e doutras barragens), a naturalidade da equação comum, que correlaciona desenvolvimento e incremento de produção eléctrica. São, todas estas, razões para se roubar um bocado ao fim-de-semana e ir ver a mostra. Assim reganhando o tal bocado.jpt

publicado às 11:28

Exposição "Água é Vida"

por jpt, em 02.06.10
A "Justiça Ambiental", organização ambientalista, organiza uma exposição colectiva de fotografia que será inaugurada no próximo dia 5 de Junho (esse que no calendário das "santas causas" é o Dia Mundial do Ambiente) na Associação Moçambicana de Fotografia (na Av. Julius Nyerere, ao "Mundo's", para quem não saiba). Dos vários fotógrafos participantes apenas tenho notícias de Mauro Pinto.jpt

publicado às 18:59

KM 1834

por jpt, em 17.10.09

mauro-et-al1

Já foi há quinze dias, mas fica aqui o registo. A curiosa iniciativa "Karl Marx dezoito trinta quatro". Na prática Mabunda, o cada vez mais celebrizado escultor de armas recicladas e ferro-velho, transforma a sua casa em galeria e abre a porta para uma colectiva, uma óptima forma de "receber". Não foi a primeira vez. Na altura da primeira (Março 2009) escapara-me a iniciativa

km-1834

que juntou três gerações: o próprio Mabunda, Mauro Pinto, Idasse e Reinata.

Desta vez Mabunda e Mauro Pinto repetiram e juntaram-se-lhes alguns outros artistas (ver convite). A casa cheia de obras, algumas muito recentes (fotografias frescas do Mauro - que tinha um quarto para ele - por exemplo) outras já conhecidas mas sempre a recordar (como a bela série de Berry Bickle). Estava pois a casa cheia e também de pessoas, que o sábado à tarde foi dia de KM 1834. Quem abrilhantou a cena foi o agrupamento "Sem Crítica", com música e declamações ("coisas" como eles dizem que fazem). Deixo três pobres fotos para memória, alguns deles tocando diante do Cristo de Mabunda (no chão) e ombreando com o fantástico Músico de Titos Mabota (abaixo em grande plano)

sem-critica-com-cristo

dsc_0012

KM 1834 é uma bela onda. Não só por poder juntar as pessoas com as obras (e as pessoas com as pessoas, e as obras com as obras). Mas porque desinformaliza um meio que aqui tende, muitas vezes, ao pomposo. A repetir, espero. Assim para que fiquemos no meio dos estranhos mundos que nos propõem, assim pelo menos durante algum tempo saindo das nossas próprias estranhezas ...

ag-sem-critica

 jpt

publicado às 02:10

mauro-et-al1Esta é daquelas que faz crescer àgua na boca. No sábado à tarde ... (pressione na imagem para a aumentar).jpt

publicado às 21:25

"Lubumbashi", de Mauro Pinto

por jpt, em 25.10.08

[Apontamento que ficou em "rascunho", pois esperava eu ter mais contacto com as obras referidas, algo que acabou por não acontecer devido ao rame-rame e à lufa-lufa]

 

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[Mauro Pinto, "Lubumbashi" (fotografia retirada daqui)]

 

Em Junho passado realizou-se no Centro Franco-Moçambicano a exposição "Cruzamentos", onde se apresentavam os trabalhos de Gonçalo Mabunda - cuja obra tem vindo a ser reconhecida de tal modo que, em meu entender, exigirá uma reflexão sobre os caminhos que poderá percorrer -, de Pierre Mathieu - um interessantíssimo trabalho fotográfico - e o trabalho sobre Lubumbashi de Mauro Pinto. E é esta abordagem aos interiores e exteriores dessa cidade, em fotografias e instalação, que o Mauro Pinto produziu que convém lembrar, manter memória, como o momento da fotografia moçambicana neste ano. Belíssimo olhar, e não só esteticamente.

publicado às 19:26

Fotografias de Bolso

por jpt, em 16.05.05

Conheço-a agora, uma presumível colecção de livros de bolso com fotógrafos moçambicanos. Presumível colecção pois não sei se estão projectados novos títulos, para além destes três.

Boa edição francesa (Éditions de l'Oeil), textos em português e inglês, não deslustra quanto à impressão, bom papel, um preço muito acessível (60 mil meticais), um excelente cartão de visita dos autores. Belos objectos. A fazer esgotar.

ricardorangelmini.jpg

[Ricardo Rangel Fotógrafo, Éditions de l'Oeil, 2004; texto de Calane da Silva]

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[Mauro Pinto Fotógrafo, Éditions de l'Oeil, 2004; texto de Jean-Louis Mechali]

luisbasto.jpg

[Luís Basto Fotógrafo, Éditions de l'Oeil, 2004; texto de Berry Bickle e Luís Basto]

Publicações financiadas pelo Serviço de Cooperação e de Acção Cultural da Embaixada de França em Moçambique.

E sobre esta última matéria calo-me, que de retórica em retórica, de pompa em pompa, sempre me questiono do porquê patrício.

publicado às 03:20


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