Um serão musical em casa da Tia Jacquelina não seria de desprezar... Isto podia pensar Mendelssohn lá onde está. As Canções sem Palavras são pequenas peças relativamente curtas e simples que fazem brilhar qualquer músico amador. Saliente-se que Felix Mendelssohn não era nenhum analfabeto, sentindo-se tão bem nas Letras como na Música e, portanto, as palavras que não acompanham estas canções são uma escolha do seu livre arbítrio artístico. Lembro que a simplicidade não deve ser confundida com parvoíce, leviendade, futilidade ou qualquer outra coisa. É simples e acabou-se. Mas Jacqueline Du Pré não era uma curiosa e deixa gravado este testemunho que é, no minímo, um mimo. A Felix Mendelssohn, um compositor tantas vezes subestimado, relegado para segundo plano, esquecidas sobretudo as suas peças para piano - efeitos eventuais do peso wagneriano anti-semita, defendem alguns -, havemos de voltar um destes dias, se puder ser, com o seu brilhante Concerto para Violino em Mi Menor Op64. Vale a pena, se tiverem paciência e alguma curiosidade, verificar o CV do amigo Felix, deixando uma pista: Poderes só ao alcance dos deuses, como a ressuscitação, comprovou ele a sua existência, quando ao mortíssimo Bach a que não se ligava particularmente em pleno séc. XIX, o pôs a ser tocado ( melhor dizendo, interpretado...), ouvido e louvado, ao mesmo tempo que estabelecia o repertório histórico dos concertos sinfónicos actuais, com obras de J.Haydn, W.A. Mozart e L. van Beethoven.