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O Japão e a China

por jpt, em 10.10.08

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[Michel Leiris,em Cinq Études d'Ethnologie, Paris, Gallimard, 2006(1969)]

"En ce sens, le travail qui s'accomplit actuellement en Chine sous l'impulsion de Mao Tsé-Tung doit apparaître, à tous ceux qui pensent que les peuples occidentaux ne sont pas capables à eux seuls de fonder une civilization vraiment humaine, comme une ouverture sur des perspectives autorisant beaucoup d'espoir. Autant qu'on en puisse juger, une telle transformation diffère radicalment de ce qui s'est produit au Japon durant ces dernières décennies, parce qu'elle est mouvement d'émancipation populaire et non simple alignement sur les pays capitalistes, comme c'est le cas pour le Japon, passé du rang de vieil état féodal à celui de puissance impérialiste." ("L'Ethnographe devant le colonialisme", 1950, pp. 93-94).

Pode-se arrumar uma tirada destas no seu contexto, qual "Leiris homem do seu tempo", o peso das utopias de então (1950, o pós-Guerra, o pós-nazismo, assim), como se mera excrescência do seu pensamento, mas tumor benigno.

Ou, mais angustiadamente, pode-se ler isto 58 anos depois como incompreensão do real de então, excrescência sim mas maligna, e temer-lhe as metástases nos restantes argumentos. Como ler e concordar com as páginas prévias e posteriores, como anuir, concordar, citar, se encaixam (também) neste ponto. Não será esta, até, a única forma de respeitar o autor?

E ainda, mais irritadamente, pode-se ler isto, aceitá-lo incompreensão do seu tempo, coisa de utopias e falta de informação do real. Mas, apesar disso, inaceitar os seus netos - que nem são Leiris - e persistem nesta mania de acoplar. O que olham. E o que rogam.

E parece-me ser esta a posição epistemológica mais correcta. A irritada, entenda-se.

publicado às 15:06


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