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"…cheguei a um acordo perfeito com o mundo: em troca do seu barulho dou-lhe o meu silêncio…" (R. Nassar)
Michel Maffesoli, O Eterno Instante. O Retorno do Trágico nas Sociedades Pós-Modernas, Lisboa, Instituto Piaget, 2001
"Na origem desses diversos totalitarismos, há uma paranóia: a de um racionalismo mórbido, que procura uma explicação última (raça, classe, lei do mercado) e que rejeita tudo o que não se submete a uma tal injunção. Para parafrasear Paul Valéry, direi que a procura da "profundidade" só pode resultar num "de profundismo" mortífero, de que esses cavaleiros de triste figura, que se erigem em "proprietários" da sociedade, são os protagonistas essenciais.Dom Quixote da modernidade, eles têm o poder de dizer o verdadeiro e fazer o bem. E, por isso mesmo, consideram que têm legitimidade para perseguir a gaya scienza, o saber "inútil", ou a maneira de ser irónica e desenvolta, muito mais inclinados a usufruir da existência, em gastarem-na, em vez de a contabilizarem. O politicamente, o filosoficamente, economicamente correcto deste fim de século talvez seja o último avatar, um pouco ridículo, dessa paranóia totalitária". (112)
"Inventamos um mundo cada vez que escrevemos. Com efeito, trata-se, de acordo com a sua etimologia, invenire, de dar a conhecer o que já existe, aquilo que os nossos hábitos de pensar nos impedem de ver e que, todavia, é amplamente vivido na vida corrente"[Michel Maffesoli, A Transfiguração do Político, Instituto Piaget, 2002, p. 21]