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Mão amada, deslocada a Neilspruit (aka Mbombela), trouxe-me o último livro do genial e muito cá de casa Madam & Eve, este Twilight of the Vuvuzelas. Sempre um impiedoso e amoroso espelho do grão-vizinho,

Na voraz leitura (Madam & Eve está online mas livro é outra coisa) deparo-me com uma particular pérola. E não posso deixar de aqui a colocar, com a memória adequada: no último Mundial de Futebol houve uma campanha publicitária ofertando vuvuzelas em Portugal. A autoria era de um velho amigo meu,o Pedro Bidarra. Insurgi-me (uma picardia olivalense também) contra a importação desse demoníaco instrumento para o meu país. Corneta diabólica essa que veio a ser proibida, primeiro por alguns clubes europeus e depois pela própria UEFA. Em defesa do bem-estar do público, do próprio jogo e também da democrática diversidade cultural. Nessa insurreição anti-corneta muito me surpreendeu a atitude de uma antiga jornalista, moçambicana de luso-ascendência vituperando "os portugueses" (eu) com a sua arrogância e "grupos de ódio" (eu), a qual a este propósito propôs que se barrasse o acesso dos meus patrícios ao país. Imbecilidade aqui seguida por uma outra jornalista luso-conectada, basto ordinária. E partilhada ("links" disseram-no) por uma boa mão-cheia de lusas-descendentes, sempre muito ciosas de marcar a sua identidade através do "afasta, afasta o meu didal ..." [e nisso quantas vezes utilizando o vitupério ideológico-moral, "eles" (plural étnico) sempre superiores pois democráticos face à corrupção imperialista alheia, ainda que nós em pleno XXI e partilhando Natais nas moimentas das beiras].

Bem, sobre essa questão de estratégias identitárias, ignaras mas também torpes, aqui deixo sobre as tais vuvuzelas uma criação dos obviamente tugas infectos e colonialistas, atreitos e produtores de grupos de ódio, esses que essas "muito moçambicanas genuínas têm que contrariar" e combater, ciosas da sua endógena moralidade, Stephen Francis e Rico. Uma tira aqui deixada com um sorriso de desprezo, que não há respeito face a tamanha desonestidade ...

jpt

publicado às 01:09

Casa Pia e Futebol

por jpt, em 07.09.10

No meio da azáfama dos últimos dias ainda me aconteceu uma mesa de café com patrícios. Um tempo para as indignações alheias destinadas ao "caso Casa Pia". O assunto é repugnante (a matéria em si, o covil institucional que tristemente o simboliza, a santa engrácia jurídica que o enrolou, o festim mediático-populista que o embrulhou) e quero fugir. Mas ainda não bebi o meu terceiro expresso, tenho de ouvir as indignações alheias com as conferências de imprensa dos réus. Como é possível que o façam, que tais personagens tenham tanto tempo de antena? Um dos convivas, irado, protesta com o silêncio do ministro da tutela, que este deveria intervir. Outro, avisado e sensato, explica que tal não pode ser, seria uma intromissão nos assuntos que tutela, seria desajustado e mal interpretado, até uma pressão injustificada. Deve tutelar com ponderação e distância.

Aproveito a deixa, feliz com o entroncamento ali surgido. "Então, e se assim é, por que é que o Laurentino Dias tanto fala sobre o "caso Queiroz?", não anda assim a intrometer-se, a pressionar, a influenciar agentes e opinião pública sobre as questões que, aparentemente, tutela? "O que fazia ontem (isto foi no sábado) no jogo da selecção nacional?" Impante, sorridente? Central, quase qual Cristiano Ronaldo.

Meu triunfo, o assunto muda. Mas é de Pirro, a vitória. Saem-me à liça defensores do vate de Fafe, que nisto das paixões políticas o número e o calibre dos pesos e das medidas varia consoante o gosto. Ou, como é o caso, consoante a tutela ministerial.

Entretanto, e minha sorte, a conta chega. Levanto-me no meio dos elogios ao ex-competentíssimo presidente da Associação Desportiva de Fafe. Ficarão os patrícios, com toda a certeza, uma longa manhã a dissertarem sobre o excelente desempenho deste secretário de estados dos desportos, da política nacional de desporto que tem tutelado. Como saí irado, a resmungar, um dos participantes foi incisivo, enviou-me por e-mail um resumo da conversa então tida, uma sinopse dos feitos deste secretario de estado nestas duas últimas legislativas, pedindo que a publicasse no blog. Assim sendo, e democraticamente, transcrevo aqui essa apurada sinopse:

Resumo sobre a recente governação portuguesa no sector do desporto, em conversa de café:

Agradeço a colaboração do leitor e conviva.

jpt

publicado às 05:07

A Trompa Escatológica

por jpt, em 03.09.10

 

Contra a trompa do apocalipse em tempos resmunguei - logo fui acusado de vil e odioso português (com matizes de colono, acho). Agora reconforto-me com o anúncio de que a UEFA proibiu a utilização do corno-do-mal nos estádios europeus - era esse mesmo o meu propósito. E quão raro é isso de ver os propósitos próprios tornados alheios.

 

Afinal o mundo não vai acabar! [E alguns problemas identitários continuarão a ser vividos, aleluia].

 

jpt

publicado às 02:14

Carlos Queiroz condenado

por jpt, em 19.08.10

O seleccionador português de futebol sénior ter-se-à irritado com o horário matutino dos testes de anti-doping que iam fazer aos seus seleccionados e mandou o funcionário público responsável por tais necessários serviços para determinado sítio. Falou como os homens portugueses falam entre si, que a recorrência do "palavrão" é praticamente universal, variando fundamentalmente a entoação [ao meu pai ouvi alguns irados "patifes" e "malandros", o seu cume, que eram bem mais peludos do que o até cinéfilo "motherfucker" queiroziano] - ela sim, verdadeiramente significante. Mas, face ao actual ambiente moral (aka, político) português, insultar um responsável dos serviços públicos (ainda que indirectamente - o homem estava ausente) implica uma condenação: suspensão do trabalho (que é um direito, diga-se) e uma multa.

Lembro que por mais importante (e digno) que seja o posto de responsável pelos serviços públicos da luta contra a droga desportiva não é mais importante do que o de um deputado da república (ou será preciso ir ver a lista das precedências no protocolo de Estado?). Ora o cidadão José Socrates rematou há pouco para o deputado Louçã (sim, este credor de algumas "bocas", concedo) um qualquer "mansa é a tua tia". Em plena assembleia, diga-se. Quantos dias levou? Quantos euros? Ou isso - os insultos aos eleitos do povo, e na sua presença para mais - não interessa ao antigo presidente da Associação Desportiva de Fafe, elevado a secretário de estado dos desportos (ou seja, que deles emana, depende)? Uma Lily Allen para os laurentinos, sff.

jpt

publicado às 18:58

Vuvuzelas proibidas em França

por jpt, em 13.08.10

Notícia de hoje mesmo. As vuvuzelas foram proibidas no futebol francês. Não posso deixar de lamentar essa barreira a esse simpático instrumento, criação moçambicana - contrariamente ao apregoado por recentes mitos apropriadores. Como está provado no logotipo acima mostrado, o do popular (e até institucional) restaurante maputense "Piripiri".

[Imagem obtida aqui.]

jpt

publicado às 02:33

Agora que o ABM regressou, em rescaldo ao Mundial de futebol sinto-me legitimado para mais uma entrada sobre o assunto, que tinha ficado para trás. Sobre as relações entre o Império Romano e o campeonato mundial de futebol. Permanências históricas que me surgiram quando, chegado a Lisboa, encontrei no jornal "A Bola" uma fotografia mostrando Juan Carlos Bourbón, rei de Espanha, saudando Vicente Del Bosque, centurião, perdão, seleccionador espanhol. E não resisti a recortá-la, pois logo me lembrei de Julius Cesar, primeiro imperador* de Roma, aquando das suas campanhas de pacificação na Hispânia.

 

 

 

* O leitor Lowlander, aqui comentador residente, lembra-me (nos comentários), e com toda a razão, que Júlio César nunca chegou a ser imperador em Roma. Na caixa de comentários estão algumas ligações sobre a matéria, comprovando que assim é no sentido que hoje damos à palavra (posto). Corrijo o texto chamando-lhe o primeiro (e último) proto-imperador de Roma.

 

jpt

publicado às 14:23

Não haverá cornetas em Alvalade

por jpt, em 29.07.10

 

Leio, confortado, que o Sporting Clube de Portugal decidiu proibir as vuvuzelas no seu estádio. Tal como alguns outros clubes europeus (o Tottenham, o Arsenal, o Borussia de Moenchengladbach, etc.). Acima de tudo a bem da fruição do espectáculo - bem, no caso do meu clube, convirá ressalvar a dúvida se a administração de José Bettencourt conseguirá vir a produzir algum espectáculo.

 

Lembro-me que há dois meses aqui deixei um resmungo contra a importação portuguesa do instrumento. O que logo deu azo às habituais estratégias identitárias. Hoje serôdias, anacrónicas até. Pois apenas endo-vigiadas, coisa que os próprios actores não percebem.

 

Quanto ao caso era, então, apenas do que agora se consagra: em cada Roma seja-se romano. Está portanto de parabéns, e infelizmente nisso este é um momento excepcional, o actual presidente do Sporting.

 

jpt

publicado às 17:49

(boletim do mundial nº 39)

A iniciativa metafísica de cariz político Campeão Mundial 2010: sondagem ma-schamba terminou no dia 30, como planeado. Foi um relativo insucesso, outros poderes (de igual índole?) se afirmaram. Das oito equipas propostas a que melhor seguiu foi o meu Uruguai (fui um dos dois votantes). Com dor confesso: o ma-schamba foi incapaz de causar o campeão do mundo.

O título, o verdadeiro, ficará entre a Espanha - a melhor equipa do mundo, e que causou uma crise nacional em Portugal ao eliminar a selecção de futebol pois o 5 de Outubro de 1910 nunca matou a realeza que habita na barriga lusa - e a Holanda. Vacilo entre a ideologia iberista e o anti-capitalismo. Ver Robben e Sneijder, despedidos pelo pato-bravo Florentino Perez, serem campeões do mundo depois de serem campeões e vice-campeões europeus de clubes, é uma opção estética. Pois contra o pato-bravismo marchar, marchar. Sempre.

jpt

publicado às 12:33

A TVI e Carlos Queiroz

por jpt, em 03.07.10

Chego a Lisboa e na primeira noite vejo a TVI - estação que não sintonizo em Maputo. Um programa "desportivo", dedicado a esquartejar o seleccionador nacional. Ali pontificavam, brandindo cutelos e espetos  bem sanguinolentos, um moderador, um outro jornalista João (seria Querido Manha?), um homem muito bronzeado - e particularmente esfomeado - que me fez lembrar um caceteiro do Famalicão que há 30 anos selvaticamente partiu a perna do grande futebolista Rui Manuel Trindade Jordão. E ainda, fui informado no final do programa, um deputado do PS - do qual não retive o nome.

A propósito de quê? A propósito de quê se chama um deputado para comentar a situação da selecção nacional de futebol? Eduardo, o nosso guarda-redes, Ricardo Carvalho ou Bruno Alves, os nossos centrais, Fábio Coentrão, a nossa revelação, Cristiano Ronaldo, a nossa desilusão, João Moutinho ou Ricardo Quaresma, os nossos ausentes, foram chamados pela TVI para comentar a situação do vice-presidente do grupo parlamentar que rouba gravadores dos jornalistas e que é aplaudido em pé por todo o seu grupo parlamentar (este comentador incluído, claro)? Foram? Se não o foram então por que raio está um "civil", ainda para mais um escroque desonrado (como, por evidência assumida, o é qualquer deputado ou deputada socialista), a comentar um assunto sobre o qual não tem qualquer competência particular? Porque razão continuam os "simpáticos telespectadores" (dos programas e dos anúncios) a pactuar com esta canalha e a permitir estas manobras de "humanização"?

jpt

publicado às 18:49

O Presidente do Brasil reservara quatro dias no final do seu périplo por vários países. Dias a gastar na África do Sul, no intuito de assistir à final do campeonato do mundo de futebol - uma vitória bem bonita, ainda para mais inscrita no belo e competente esforço de afirmar o Brasil como pólo sul-sul. Entretanto a selecção holandesa veio alterar os planos de Lula da Silva. A Holanda, país onde abundam homens louros e de olhos azuis. Esses mesmo de que o execrável racista Lula não gosta. Ganda Schneider! O que me ri. Não do Brasil, kaká e isso. Mas do melão do alcazar, ah isso sim!

jpt

publicado às 18:34

O  Bairro Alto depois de Portugal ter ganho aos espanhóis no Euro 2004 era  uma enorme festa. Gostava muito de uma repetição daqui a pouco!©miguel valle de figueiredo 2004

publicado às 20:22

Treinador de Bancada, claro está.jpt

publicado às 18:37

Que Seja Assim

por jpt, em 29.06.10
PSB

publicado às 13:30

[Boletim do Mundial nº 32]

O que interessa é competir com dignidade e desportivismo. Aceitemos que a forte e ganhadora selecção espanhola é invencível.

[Imagem encontrada aqui]

Armada Espanhola

jpt

publicado às 21:38

Depois de um dia de Inglaterra-Alemanha e do Argentina-México não há dúvida que o homem do jogo é Joseph Blatter. Um "amigo" visionário para os meus colegas e amigos mais panafricanistas. O amigo de Michel Platini (e da sua french connection) para todos aqueles outros que realmente gostam de futebol.

O futebol não é importante, apenas um jogo e uma diversão. Mas, sabe-se lá porquê, tem imenso jeito para imitar a vida.

jpt

publicado às 00:15


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