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Um poeta descontinuado?

por jpt, em 11.08.11

 

Realidade

 

Fomos longe demais, para voltar 
Aos antigos canteiros onde há rosas. 
Em nós, o ouvido, quase e, quase, o olhar 
Buscam nas cores vozes misteriosas... 

Mas o mistério é flor da juventude. 
Não rima com poemas desumanos. 
A idade — a nossa idade! — nunca ilude. 
Só uma vez é que se tem vinte anos. 

Quebrámos todos, todos os espelhos 
E o sol que, neles, está hoje posto 
Já não reflecte os lábios tão vermelhos 
Que nos iluminam, sempre, o rosto. 

Realidade? Há uma: apenas esta! 
— Somos espectros na cidade em festa. 

Pedro Homem de Mello, in "Eu Desci aos Infernos"

 

(retirado de Citador)

 

Percorro Lisboa em busca de um livro, pelo menos, de Pedro Homem de Mello. As grandes cadeias (bem informatizadas)? Nada. As livrarias? Nada. Até alguns alfarrabistas, ali à Trindade? Nada. "Está descontinuado ...", digo eu.

 

Na Sá da Costa dizem-me "vá à Portugal" (Rua do Carmo, como cantava o outro). Sim, na Portugal havia 3 livros. Agora há 2. "Poeta descontinuado? ..."

 

jpt

publicado às 17:28

...

por jpt, em 21.04.08
Envelhecer! Sentimos dia a dia
A idade aniquilar-nos lentamente,
É vermos um deserto à nossa frente
E atrás de nós, exausta, a poesia ...

É ver fugir aos poucos a alegria
Que a vida nos trouxera antigamente;
É nem saber se acorda o sol ardente,
Quando a alma dorme escurecida e fria.

É começar a ter, nalguns instantes,
Saudades de alguém que fomos antes,
Viver lembrando aquilo que morreu ...

É perguntar, em busca de conselho
Fugindo à voz fatídica do espelho,
A si mesmo e com medo: Quem Sou Eu?

(Pedro Homem de Mello)

- post vindo da minha mãe

publicado às 12:07


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