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As quotas para as raças

por jpt, em 05.05.12

Esta semana no Brasil foram introduzidas quotas por "raças" na gestão do acesso às universidades públicas. "É lá com eles", brasileiros, poder-se-á dizer. Americanos que são, será a ambição de se tornarem gringos, digo eu. E presumo que venham a navegar no mar do "onedropismo", tão querido aos seus vizinhos. Enfim, que se poderá esperar do gigante colonial?

Sobre a infecção da quotização não vale a pena argumentar. Ela, e a doença mental racial que a causa, está diagnosticada neste belo "A Persistência da Raça. Ensaios Antropológicos Sobre o Brasil e a África Austral", do antropólogo brasileiro Peter Fry (Rio de Janeiro, Civilização Editora, 2005).

Entretanto, a "presidenta" (mais os seus bispos da IURD), enquanto vai mimando os seus "pretinhos", continua a f..., perdão, a rebentar a floresta. E os índios.

Saravá ...

jpt

publicado às 06:31

A clarividência de Peter Fry

por jpt, em 17.04.07

"Depois da minha saída do Zimbabue, em 1993, a crença em raças assumiu a forma de um racismo governamental pouco disfarçado. O presidente Mugabe tomara atitudes fortemente xenófobas, sobretudo em relação à Grã-Bretanha. Ao abrir a Feira de Livros em Harare em 1993, lançou a sua primeira ofensiva. Referindo-se a um stand de livros organizado pelo movimento homossexual (Gays and Lesbians of Zimbabwe - GALZ), xingou os homossexuais de "pior que porcos" e acusou os colonialistas de terem trazido esse "mal" para a África. Em seguida, iniciou uma "reforma agraria" que consistiu na expulsão dos brancos das suas fazendas. Nisso ele foi abordado por bandos de soi-disant (antigos combatentes da guerra da independência - muitos nasceram depois do fim da guerra, em 1980), que expulsaram fisicamente os brancos das suas fazendas ...

 

A maioria dos analistas da situação em Zimbabue sugere que Mugabe jogou a carta da raça (played the race card) como uma tatica cínica para se manter no poder. Não penso da mesma maneira. Entendo que ele, como a maioria dos zimbabuanos, acreditando em raças e na diferenca fundamental entre "africanos" e "europeus", enxerga a sociedade através do prisma da raça e interpreta o que vê em função dela."

(Peter Fry, A Persistência da Raça. Ensaios Antropológicos Sobre o Brasil e a África Austral, Rio de Janeiro, Civilização Editora, 2005, pp. 30-31)

 

(já agora)

publicado às 19:51


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