ma-schamba

Recebo convite-informação sobre o lançamento do nº 2 da revista Itaca, no próximo dia 23 de Outubro (Lisboa, Fábrica do Braço de Prata, 19 h.). Lembro-me de um esboço de texto que há meses fiz sobre o primeiro número. Cheio de má disposição. Volto a ele, forma de chamar a atenção pelo número seguinte que já aí vem.

Chega-me de longe este primeiro número da revista "Itaca. Cadernos de textos, ideias e imagens" (Fevereiro de 2010) [que tem a irritante característica de ter na ficha técnica um endereço electrónico que depois, em consulta, surge como "blog protegido" (então não vai para a impressão, assim é falta de respeito pelo leitor)], publicado pela Coisas de Ler (o sítio está disponível). A revista tem poemas e prosas (e neles encontro velhos confrades bloguísticos como o Luís Ene ou blue) - mas honestamente não me entusiasmei muito com o que lá encontei. O mais interessante da revista, para mim, foi o texto de Pierre de Roo sobre "Les Bienveillantes" de J. Littell, um exemplo de crítica. Devastadora do projecto literário que tanto foi acolhido, fora e em Portugal, mas um abate com fundamentos, não apenas um elaborar de juízos de valor. Eu nem lá cheguei, ao livro tão afamado, fiquei-me no caderno de esboços, ou melhor, no caderno de notas "Le sec et l'humide", coisa fraca, muito fraca, para suportar intelectualmente tamanho sucesso e boa-aventurança. De Roo, um interessantissimo belga de molde (e residência) portuguesa, autor de "Adieu verité ou la ruse du philosophe" (Stock, 2007) e de "Mécaniques du Destin. Une approche philosophique des théories de l'avenir" (Calmann-Levy, 2001), merece muita atenção. Algo que me parece não abundar entre os seus vizinhos, meus patrícios.

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