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"…cheguei a um acordo perfeito com o mundo: em troca do seu barulho dou-lhe o meu silêncio…" (R. Nassar)
Na sequência do aqui deixei sobre a recente publicação de Os Fantasmas do Rovuma, de Ricardo Marques, livro dedicado à história da I Guerra Mundial em Moçambique, deverá ser interessante assistir a esta conferência:
Os Arquivos das Expedições Militares a Angola e Moçambique na I Guerra Mundial: desafios e perspectivas
Por Graça Barradas, IHC-FCSH da Universidade Nova de Lisboa,
(28 de Novembro, 17.30 horas. AHU, Calçada da Boa-Hora, nº 30, Lisboa)
Comentário: Ana Paula Pires, IHC-FCSH da Universidade Nova de Lisboa
Analisa-se numa perspectiva arquivística, mas também com forte componente histórica, os arquivos dos destacamentos militares “Expedição ao Sul de Angola” e “Expedição Militar a Moçambique” durante a I Guerra Mundial (1914-1918). Estes dois arquivos, sob custódia do AHU-IICT, encontravam-se diluídos na documentação da Direcção-Geral das Colónias do Ministério das Colónias, juntamente com a documentação dos aprovisionamentos e contabilidade das referidas expedições, permanecendo, por isso, praticamente inéditos. Salienta-se aqui a importância da recuperação da estrutura orgânica dos serviços que os produziram e do seu sistema de organização, incluindo a ordem original, para entender a produção documental e reconstituir séries documentais, a fim de permitir uma recuperação eficaz da informação para diversos tipos de estudos históricos e científicos como sejam doenças tropicais, ação militar no âmbito da guerra, engenharia e infra-estruturas de comunicação, mobilidade geográfica, alimentação em campanha, prisioneiros de guerra e justiça militar.
Graça Barradas é licenciada em História da Arte e mestre em Ciências da Informação e Documentação pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (2009). Actualmente é doutoranda da Facultad Ciencias de la Documentación da Universidad Complutense de Madrid e investigadora integrada do IHC-FCSH da Universidade Nova de Lisboa. Colaborou em diversos projectos de avaliação e descrição documental, encontrando-se actualmente como bolseira de investigação no projecto “Meio século de ciência colonial: olhares cruzados sobre o arquivo e a actividade científica da Comissão de Cartografia (1883-1936)” no Arquivo Histórico Ultramarino – IICT.
jpt
Sábado. De manhã conduzi um pequeno grupo, que convocara durante os dois últimos dias, ao bairro do Jardim, para visitar a casa de Ídasse. Alguns veteranos destas andanças, outros neófitos, até totalmente. Deram um mergulho, verdadeiramente. Encantaram-se, saíram cheios de sensações. E com as mãos cheias de obras, nitidamente aquelas que puderam levar. Ficou o pintor encantado, com o encanto que provocou. Eu, que quando for grande quero ser como o Ídasse, beneficiei-me com esta rápida "Demoiselles de Xilunguíne" (que é o nome que lhe dei).
Foi uma bela manhã, pela tarde dentro. E dela saímos invejáveis, por todos aqueles que não nos acompanharam.
E pela tarde seguimos até à Feira do Livro de Maputo, na FEIMA, o parque que se vai instituíndo como uma aposta ganha quanto a animação da cidade (a animação gastronómica, o sítio do artesanato, as esplanadas e restaurantes, eventos vários, agora a festa do livro). Esta Feira do Livro é o que é: poucas bancas, poucas editores, nem todas as livrarias, algumas instituições (pior do que tudo, é até penoso de ver, a banca de monos super-usados da biblioteca do centro francês) com um ar mortiço. Mas é um esforço. Nesta tarde de sábado mostra também que este evento é uma porta para uma análise sociológica das práticas culturais na sociedade moçambicana letrada. Mas não foi para isso que lá fui, muito mais para fruir, apesar de estar, literal e radicalmente, desprovido do vil papel. Convívio, e as crianças a brincarem no parque ...
Assisti ao lançamento da edição em inglês do "Género, Sexualidade e Práticas Vaginais", Esmeralda Mariano e Brigitte Bagnol, um livro que é um marco nas actuais ciências sociais moçambicanas. Não só pelo necessário regresso à prática etnográfica mas também pelo mostrar como é possível fugir à chã "filosofia social" cristo-desenvolvimentista sem abandonar a aliança ciência-cidadania. É fundamental ler este livro e, com ele, sobre ele, imaginar como olhar o real.
Descubro, surpreendendo-me, uma banca dedicada a iconografia histórica: velhos postais, reproduções de fotografias, recortes de jornais, reproduções de mapas. Um casal espanhol, ali em regime de hóbi. Tipos óptimos, pelo que me pareceu. Arranjo 2 velhos recortes, algo fatigados, reproduzindo fotografias de Tambara, no Zambeze. Cada uma ao preço de um café. No fim-de-semana que vem estarão numa feira no café "Sol" (sommerschield "B"). Para os apreciadores ou curiosos valerá a pena ir lá beber um café. E, sim, estão lá alguns dos célebres postais editados por Santos Rufino ...
Depois, assisto a uma apresentação de "Reinata Sadimba", de Gianfranco Gandolfo (com fotos de Mário Macilau e arrumação de Ivone Ralha). A artista está doente e não esteve presente. As instituições oficiais espanhola e suíça, financiadoras, falaram - os espanhóis activos na área da "cooperação" cultural (muito também porque são activos na divulgação do que acontece), os suíços fazendo lembrar uma ligação do início da caminhada artística de Reinata com a cooperação suíça (com cidadãos suíços, será melhor dizer). O autor também botou, e "ameaçou" mais livros dedicados aos artistas moçambicanos - o filão destes que atravessam a carreira sem que fique um registo mais ou menos abrangente é enorme, está muito bem o Gianfranco Gandolfo. O livro parece ser interessante. O preço é proibitivo para o comum professor, ainda não me cheguei a ele para não me doer não o ter.
Mais tarde, na esplanada, um mais-velho lembra-me um texto sobre Reinata que escrevi há uns tempos, e diz-me que não estava mal. Confesso que, por isso, o "famous" me soube melhor ...
Sento-me numa roda, na esplanada, ofertado de um whisky bem-vindo, que serão dois. À Carolina, ali a acompanhar o pai, lembram-lhe uma sua curiosidade, coisa já de há anos. Que lhe vale agora, em gentileza que lhe ficará para o futuro, este "Nudos", a colectânea do ofertador, um príncipe quando o decide ser. Chegados a casa ela empresta-me o seu presente, folheio rapidamente. Uma iniciativa óptima, relevante. E bastante focada no passado. Para recuperar as obras já mais esgotadas, algo bem avisado? Ou outros critérios. O prefácio de Nuno Júdice não me esclarece. Aos livros do Eduardo White tinha-os a todos, lendo-os. Agora a Carolina começa a sua caminhada.
Nessa mesma roda, à volta da mesa rectangular, sei que dois outros escritores estão quase-quase a acabar livro. Um romance, outro contos. Fico à espera. Mostram-me, mas estou sem óculos e assim, ainda por cima na noite mal alumiado, já nem leio, uma prometedora colectânea de textos sobre Maputo lançada hoje mesmo, edição da Minerva. Contam-me, e de modo unânime, que lá está um belo texto de Mbate Pedro. E do primeiro-ministro. A sério? É mesmo. E também do Khossa, mas nisso a opinião não é unânime, ele abstem-se de concordar, e só lhe fica bem. Parece que é barato o livro, a esse hei-de chegar.
A banca da cooperação espanhola com publicações interessantes, acima de tudo com volumes dedicados ao actual paradigma da "cultura como vector de desenvolvimento". Passo por lá, escolho quatro. Baratos, 150 meticais cada um, diz-me o trabalhador na banca. É barato, concedo, mas estou tão xonado que não posso ali. Segui para a tal esplanada. Passado um bocado passam uns alunos, saúdam, e trazem os volumes, baixaram de preço, agora na alvorada da noite já a 50 meticais cada um. Explosão minha, tácticas de bazar numa feira de livro. Resmungo, mas ainda lá vou. O s livros já quase esgotaram, mas ainda trago estes dois.
À noite o jogo espanhol. E os nossos emigrantes a ganharem, são eles (mais o Cristiano, sempre menino da nossa academia) que me fazem torcer pelo Real Madrid. E que grande golo, a calar os catalães, actuais exemplos de anacronismo xenófobo. Vejo o jogo em casa, visitado por amigo. No fim bebericamos e falamos da vida, quem conversa seus males espanta.
Foi assim o 21 de Abril de 2012. O meu pai faria 89 anos, o seu primeiro aniversário em que está ausente. Teria gostado de saber disto tudo, em particular das coisas da neta (que só em parte aqui aparecem). Dos detalhes e das opiniões. Não saberia das coisas do dinheiro, que isso não lho diria, claro. E gostaria de saber que a vida continua. Com os solavancos dela.
Parabéns, pai.
jpt
Há exactamente um ano uma leitora do ma-schamba contactou-me. Na sua juventude vivera em Inhambane - penso que o seu avô foi aí governador - e tinha em sua posse alguns postais da época. Perguntou-me se estaria eu interessado em colocá-los no blog. Logo lhe agradeci a oferta, gentilíssima. Disse-me ainda que tinha muito mais fotografias de então, arrumadas, já de família e que no caso de eu pretender colocá-las aqui as procuraria para as digitalizar - algo que seria interessantíssimo para mim, amante que sou desse "olhar distanciado" pelo tempo. (E algo agora bastante em voga, via bastantes grupos no facebook, mas talvez não tanto há um ano). Muito lhe fiquei grato. Mas, entretanto, as derivas deste blog minoraram o nosso pendor iconográfico, tanto pelas desavenças acontecidas como pela tentativa de lhe dar uma dinâmica fotográfica actual. E nisso cometi a indelicadeza de não insistir nesse envio das fotografias.
Por intermédio de amigos comuns há cerca de um mês tive o prazer de aqui conhecer Maria João Spencer, a nossa leitora. Senhoril. E nisso uma simpatia radiante, no evidente entusiasmo com a viagem ao país onde crescera. E radiosa, pois também uma mulher muito bonita. Foi um breve contacto, encantador. Chega-me agora a notícia, absolutamente inesperada, da sua morte. Ficar-me-á o seu lampejo na memória.
Coloco aqui, como ela quis, os belíssimos postais que então endereçou para o ma-schamba. Que são também mostra do evidente amor que teve por Inhambane e pelo país, e da sua vontade de o partilhar com quem o comunga.
É a minha vénia ...Acabo de conhecer David Morton, um investigador americano há pouco chegado a Maputo para fazer uma pesquisa sobre a história urbana de Maputo, a construção física e social da cidade. Interessante temática, que faz com que se esteja de olho posto no homem. Acontece ainda que Morton, antigo jornalista e hoje historiador, também está armado com um blog. É confrade!. E está no belo Hotel Universo, um blog que de imediato deixa perceber um olhar avisado e, mais do que tudo, curioso sobre o país. Seu presente (como por exemplo a atenta crónica sobre a morte de Malangatana) e as suas formas históricas de constituição (como este texto, do qual retiro o célebre postal que chamou a atenção a Morton).
A acompanhar, portanto. Apesar daquele "petit rien" face aos liberais anglófonos, claro .... Mas crente que, entre-posts, ainda haverá tempo para um qualquer chá.
jptUm excelente texto da historiadora Ana Cristina Nogueira da Silva (ACNS), Fotografando o Mundo Colonial Africano. É um texto académico (no jargão "paper") que pode afastar alguns leitores mais atreitos ao registo blog, mas mais do que justifica a sua leitura. Trata-se de uma bela análise dos processos intelectuais presentes na iconografia produzida no tempo colonial sobre as colónias africanas, tomando como exemplo os álbuns produzidos por Santos Rufino na década de 1920 sobre Moçambique. ACNS aborda, com clareza, os estereótipos sobre a natureza e sobre as populações que estão presentes / e são produzidos no acto de fotografar, bem como os propósitos (conscientes ou inconscientes) de índole política que estavam presentes no formato descritivo de então. Se interessante para quem tem apreço pela historiografia é um texto também fundamental para quem aprecia (e reproduz) as galerias de "postais" e "fotografias" de um tempo particular. Para pensar como se pensava, para ver como se via. E como se pensa e vê, em tantos casos.
jptA leitora Adélia André simpaticamente enviou-nos várias reproduções de postais antigos de Lourenço Marques (reproduções anteriormente colocados neste sítio). Esta é matéria querida ao ma-schamba - e para os interessados lembro que ao longo dos anos fomos aqui colocando algumas reproduções, ligações a sítios e referências a livros sobre a iconografia antiga de Moçambique [categoria "Postais de Moçambique"]. Da colecção agora recebida deixo dois postais extremamente actuais - pois demonstrando que nem tudo é novidade:
["Acampamento de turistas boers na praia da Polana"]
jptUm bom amigo enviou-me as reproduções destes postais (pressionar para as aumentar). Sobre os quais não tenho, infelizmente, alguma informação.
jpt
Adenda: Rui M. Pereira, do fantástico Companhia de Moçambique deixou abaixo o comentário informativo, que muito lhe agradeço e que aqui transcrevo: "Estes postais foram produzidos em 1966 pela Fábrica Velosa, a principal tabaqueira do Moçambique colonial, ali ao Alto Mahé, encostada à Escola Primária João de Deus. Mais tarde, em 69 ou 70 (não estou certo) surgiriam outros com temáticas “multiraciais”, tema ainda ausente nos que aqui se reproduzem."
A colecção de álbuns de Santos Rufino é coisa de culto. Agora que sei haver uma colecção completa à minha espera em Portugal, aquisição de um bom amigo (quem tem amigos assim ... temo até não merecer tamanha felicidade), não resisto a partilhar o acervo digitalizado, algo integrado no trabalho espantoso de Memórias de África, o qual nunca será demais salientar.
Aqui ficam os diamantes - para aí se perderem.
Álbuns Fotográficos e Descritivos da Colónia de Moçambique: Companhia de Moçambique - A Cidade da Beira. Aspectos do Território - [Álbuns Fotográficos e Descritivos da Colónia de Moçambique]Autor(es): José dos Santos Rufino | Pags.: 113
Álbuns Fotográficos e Descritivos da Colónia de Moçambique: Distrito de Moçambique - Aspectos Gerais - [Álbuns Fotográficos e Descritivos da Colónia de Moçambique]Autor(es): José dos Santos Rufino | Pags.: 134
Álbuns Fotográficos e Descritivos da Colónia de Moçambique: Distrito de Quelimane - Aspectos Gerais - [Álbuns Fotográficos e Descritivos da Colónia de Moçambique]Autor(es): José dos Santos Rufino | Pags.: 120
Álbuns Fotográficos e Descritivos da Colónia de Moçambique: Gaza e Inhambane - Aspectos Gerais - [Álbuns Fotográficos e Descritivos da Colónia de Moçambique]Autor(es): José dos Santos Rufino | Pags.: 133
Álbuns Fotográficos e Descritivos da Colónia de Moçambique: Lourenço Marques - Aspectos da Cidade, Vida comercial, Praia da Polana, etc. - [Álbuns Fotográficos e Descritivos da Colónia de Moçambique]Autor(es): José dos Santos Rufino | Pags.: 155
Álbuns Fotográficos e Descritivos da Colónia de Moçambique: Lourenço Marques - Edifícios Públicos, Porto, Caminhos de Ferro, etc. - [Álbuns Fotográficos e Descritivos da Colónia de Moçambique]Autor(es): José dos Santos Rufino | Pags.: 118
Álbuns Fotográficos e Descritivos da Colónia de Moçambique: Lourenço Marques - Indústrias, Agricultura, Aspectos das Circunscrições, etc. - [Álbuns Fotográficos e Descritivos da Colónia de Moçambique]Autor(es): José dos Santos Rufino | Pags.: 130
Álbuns Fotográficos e Descritivos da Colónia de Moçambique: Lourenço Marques - Panoramas da Cidade - [Álbuns Fotográficos e Descritivos da Colónia de Moçambique]Autor(es): José dos Santos Rufino | Pags.: 38
Álbuns Fotográficos e Descritivos da Colónia de Moçambique: Raças, Usos e Costumes Indígenas. Fauna Moçambicana - [Álbuns Fotográficos e Descritivos da Colónia de Moçambique]Autor(es): José dos Santos Rufino | Pags.: 143
Álbuns Fotográficos e Descritivos da Colónia de Moçambique: Tete e Cabo Delgado (Niassa) - Aspectos Gerais - [Álbuns Fotográficos e Descritivos da Colónia de Moçambique]Autor(es): José dos Santos Rufino | Pags.: 104
Avisam-me que o Arquivo Histórico Ultramarino, de Lisboa disponibilizou na sua Iconoteca uma colecção de Postais e Gravuras. Nela se incluem imagens de Angola (302), Cabo Verde (302), Guiné-Bissau (79), S. Tomé e Príncipe (295) e Moçambique (424), entre outras.
"Rua Valsassina (Beira)" (Edição The Newman Art, Publishing Co., Cape Town (cerca de 1930). Reproduzido de João Loureiro, Memórias de Moçambique, Lisboa, 1997.
Postal aqui colocado por razões da minha infância (ainda que não esteja certo da ligação, se não estiver correcta fica a intenção).
[entrada repetida, colocada inicialmente em Maio de 2004]
Para quem tenha apreço pelos postais antigos que aqui foram postos, de modo avulso, ao longo dos anos (e serão) quero lembrar o belíssimo livro "Memórias de Moçambique" de João Loureiro, editado pelo próprio autor em 1997.
Uma cuidada edição que inclui 313 postais sobre Moçambique datados entre 1895 e 1975. Excelente trabalho, tal como as outras obras de semelhante teor que este autor vem publicando.
(entrada repetida, colocada originalmente em Maio de 2004)Para quem tenha apreço pelos postais antigos que aqui foram postos, de modo avulso, ao longo dos anos (e serão) quero lembrar o belíssimo livro "Memórias de Moçambique" de João Loureiro, editado pelo próprio autor em 1997.
Uma cuidada edição que inclui 313 postais sobre Moçambique datados entre 1895 e 1975. Excelente trabalho, tal como as outras obras de semelhante teor que este autor vem publicando.
(entrada repetida, colocada originalmente em Maio de 2004)Sobre esta entrada, referindo um velhissimo livro de viagens em Africa, surgiu um comentario referindo o modo de reeditar essa literatura, desprovido de uma abordagem critica/contextualizadora, mera reproducao de um olhar que hoje apela ao saudosismo, sem essa coisa de analisar o que no olhar desse tempo transpirava (neste caso a total transposicao em paisagem da populacao). Coisas de entao.
Mas nao so. Aqui reproduzo alguns postais (adquiridos agora na Livraria Paulinas, 15 meticais cada), a coleccao Mhunu: uma edicao do Centro de Formacao Fotografica, com fotografias anonimas e sem indicacao da data de publicacao (pelo aspecto da impressao muito provavelmente datarao de finais da decada passada). Um olhar diferente, feito (do) actual? Mulheres tipicas, as "belezas" e "tracos" femininas tipificadas, folclorizadas, feitas objecto de uma estetica e de uma atencao que pouco se separa de outros olhares anteriores. Ou seja, caindo nas mesmas armadilhas coisificadoras do antes ...
Sobre esta entrada, referindo um velhissimo livro de viagens em Africa, surgiu um comentario referindo o modo de reeditar essa literatura, desprovido de uma abordagem critica/contextualizadora, mera reproducao de um olhar que hoje apela ao saudosismo, sem essa coisa de analisar o que no olhar desse tempo transpirava (neste caso a total transposicao em paisagem da populacao). Coisas de entao.
Mas nao so. Aqui reproduzo alguns postais (adquiridos agora na Livraria Paulinas, 15 meticais cada), a coleccao Mhunu: uma edicao do Centro de Formacao Fotografica, com fotografias anonimas e sem indicacao da data de publicacao (pelo aspecto da impressao muito provavelmente datarao de finais da decada passada). Um olhar diferente, feito (do) actual? Mulheres tipicas, as "belezas" e "tracos" femininas tipificadas, folclorizadas, feitas objecto de uma estetica e de uma atencao que pouco se separa de outros olhares anteriores. Ou seja, caindo nas mesmas armadilhas coisificadoras do antes ...