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"…cheguei a um acordo perfeito com o mundo: em troca do seu barulho dou-lhe o meu silêncio…" (R. Nassar)
É uma campanha um bocado para o estapafúrdia, esta que cobre os pacotes de açúcar p'rá bica - para além de estatisticamente grosseira. Em cada pacote uma saudação para os patrícios que, em cada país, "lá fora ganham a vida". Tem sub-texto? Tê-lo-á, talvez, nos implícitos. Mas terá, no registo publicitário, muito mais isso do "onde há português logo há uma bica", conteúdo muito menos rugoso.
Enfim, serve isto para que deseje eu um "bom dia" - boa quadra festiva - aos (9224?, onde terão ido buscar o número?) portugueses que vivem em Moçambique. E aos outros todos. E aos d'outras nacionalidades que vivam nesses países. E que por este ma-schamba passem (para que possam receber estes benfazejos votos, claro).
E que 2015 seja um bom ano, com café, açúcar e o resto possível. Melhor que 14, caramba! Pelo menos que o meu 14, raisoparta ...
De vez em quando resmungo sobre o que se pensa em Portugal da emigração. Como neste meu "O Emigrão". Questão (discursos) na qual se vê, talvez como em poucas, o conservadorismo, reaccionário, que acampou no rincão e se comporta qual escova de para-brisas, varre conscientemente da direita à esquerda e vice-versa. Lembrei-me disso ao encontrar, na rede Pinterest, este cartaz publicitário da TAP, do qual nada mais sei (autoria ou data).
Que empresa portuguesa se atreveria a fazer um anúncio com este conteúdo? Mesmo que com estética ou referências actualizadas? Seria trucidada.
Com campanhas destas eu bebo Pepsi [e Seven Up] ...
(e estas coisas devem deixar perceber que não vale a pena grandes discussões sobre quem é o "melhor do mundo", que é para isto que serve).
A Publicidade Outdoor em Maputo:uma reflexão sofre os conteúdos expostos em mensagens no espaço público
Miguel Prista*
Como quinzenalmente acontece, amanhã será a sessão dos seminários de Arqueologia e Antropologia. No campus da UEM, às 10 horas.
Resumo
A publicidade está presente no quotidiano do cidadão urbano, e mesmo de alguma forma corriqueira no imaginário do indivíduo do meio rural, de maneira suficiente para ser um agente criador de imaginário, definindo conceitos e portanto, comportamentos. Um dos principais objetivos do veiculo publicitário é sem dúvida a instrumentalização de quem a absorve, em consumidor do produto ou serviço que a mesma difunde e de forma unidirecional, visto não haver possibilidade imediata de resposta por parte deste. Atendo à publicidade visual e tendo em conta a característica instantânea de transmissão de mensagem da imagem, podemos afirmar que a publicidade (visual) impõem-se perante o seu consumidor, sem permitir a este a opção de consumo dessa mensagem, e assim, a formação de imaginário. O Publicitário coloca-se como um formador de opinião e de comportamento, com poderes equivalentes ao de uma autoridade publica, a partir de um posicionamento privado, no espaço público.
A imagem, sendo uma superfície que pretende representar algo, que está presente no tempo e no espaço, coloca-se perante o observador sem algumas destas dimensões, como o tempo, retirado ao materializar uma vista ou imaginação, e a noção de profundidade, levando-o à necessidade de um exercício de abstracção para que se posicione de forma fiel à realidade daquilo a que é conduzido a sentir e pensar, ao consumir a imagem. Sendo a imagem publicitária uma ficção por excelência, com grande abordagem fantasiosa, sob o respaldo de ser um “lugar” de criação, ela conduz-nos a um tempo e espaço não esclarecido, sem que isso seja explicito nem assumido à priori pelo consumidor da imagem, o que condiciona desde logo a idoneidade deste sujeito ao absorvê-la.
Pensando na intervenção da imagem publicitária no espaço público moçambicano, e restringindo neste ensaio, à rua, podemos observar uma forte presença, e portanto interferência no imaginário coletivo, de publicidade em formato outdoor e muros de edifícios, corporativos e privados, como
plataformas de transmissão desses conteúdos criativos. A estes Outdoors propagandísticos, nos focaremos na presente comunicação, avaliando os seus conteúdos imaginísticos, conceitos em si embutidos, relação com o espaço público e relação destes conteúdos com a arte e seus fazedores.
Qual a relação do artista e do designer no diálogo destas plataformas de comunicação com o cidadão, com a sociedade civil e com formação de opinião por parte dos diferentes públicos consumidores de suas mensagens? A comunicação aborda conceitos chave da filosofia da imagem e construção de memória e é acompanhada de imagens fotográficas do espaço público, a serem analisadas sequencialmente constituindo o corpus fotográfico do ensaio, como uma mostra das fontes de produção de imaginário coletivo que a cidade de Maputo sustenta, por vezes em detrimento de outros elementos urbanísticos com características informativas, estéticas e mesmo de lazer, que aos poucos vão perdendo seu espaço, ou nunca o chegam a alcançar.
* Cientista Social, licenciado pelo Instituto de Humanidade da Universidade Candido Mendes (RJ/Brasil), trabalha com audiovisual, arte e educação, com enfase no uso do audiovisual como ferramenta de pesquisa. Leciona a cadeira de Fundamentos de Antropologia Visual pelo Departamento de Arqueologia e Antropologia da Faculdade de Letras e Ciências Sociais da UEM, desde 2011.
Uma fotografia que trouxe de Lisboa, há algum tempo, irritadíssimo. Um tipo vai ao banco, a esse ao qual empresta o seu dinheiro. E enquanto procura que lhe devolvam parte da quantia que lhes emprestou tem que levar com esta "comunicação", enfronhada com os badarós de agora. "Onde mija um português logo mijam dois ou três", pisca-me o olho, alvar, o "departamento de comercialização" (aka, marketing) do banco estatal. À funcionária, ali a ganhar a vida, ainda resmungo "isto é brejeiro, ordinário e incompetente". Mas, à saída, duvido disso de ser isto incompetente. Pois, se calhar, os clientes gostam de assim ser destratados. Quais mijões.
A Renault responde na hora, aproveitando muito bem para um naco de publicidade. Francisco Assis, o ex-futuro califa, no meio da crise, está enjoado com a ideia de que o Orçamento de Estado o ponha dentro de um mero Renault Clio.
Então a Renault Portugal avança e propõe a Petição "Francisco Assis de Clio" "Qualquer dia querem que o presidente do Grupo Parlamentar do PS ande de Clio, quando se desloca em funções oficiais". A frase supostamente é de Francisco Assis. Se quer ver o deputado a andar no novo Clio, escreva o comentário "Eu quero ver o Francisco Assis a andar de Renault Clio!" e partilhe esta "petição" com os seus amigos.
Em três horas a "boca" da empresa tem 600 partilhas no facebook, 300 comentários. Todos vemos o Renault Clio, e aderimos ao modelo e à marca, simpatizamos na razão inversa da nossa irritação com Assis, Zorrinho, e o generalizado estado da "coisa pública".
Amanhã Assis virá dizer que não disse exactamente isto ou que está descontextualizado. A marca retira a piada, "compreendendo" a situação ou até "lamentando" o incidente, invectivando o referido "supostamente". Que isto nunca se sabe se o homem não virá mesmo a ser o califa ... Entretanto já capitalizou, que má publicidade é coisa que não existe. E como a Renault é da pátria do "senhor Hollande" (e não da "senhora Merkel") tudo ficará em "família", sem feridas para o futuro.
De qualquer modo, até lá, não está nada mal a pirraça. Por isso aqui partilho: "Eu quero ver o Francisco Assis a andar de Renault Clio!".
Adenda: no meio disto (daquilo) tudo ainda lamento mais. Assis é um tipo pelo qual ainda tenho algum respeito. Ao contrário dos seus camaradas, malandrecos efebos a la Ricardo Rodrigues, aquele deputado que se comove e por isso rouba os gravadores dos jornalistas, lembro-me bem de Assis ter tido a coragem (a coragem física, uma coisa muito importante e que está na moda menosprezar) de ir até ao covil de Felgueiras, esse antro de infecto caciquismo, enfrentar a turba morcã. E agora sai-se com esta parvoíce!! O que se passa na cabeça destes tipos?, que vertigem suicidária percorre os políticos?
jpt
"Os Fantasmas do Rovuma", de Ricardo Marques do qual já aqui referi um bom livro. Esta recente obra (publicada pela Oficina do Livro), dedica-se à tão esquecida I Guerra Mundial em Moçambique, uma era histórica apaixonante (e terrível). Estou verdadeiramente inquieto para chegar ao livro. E, em antecipação, recomendo-o a todos. Desde que não o esgotem, claro.
Capa: O novo Brasil: jornalista moçambicano impedido de entrar no país. (O que é bom para a General Motors é bom para os Estados Unidos do Brasil). Ou seja, a ong moçambicana Justiça Ambiental vê barrado o seu enviado ao Brasil, provavelmente por influência dos interesses mineiros brasileiros. A "esquerda que ri", europeia ou europeízada, que dirá à presidentA?
Contracapa: O "velho" Brasil: o que vale a pena
Política portuguesa: o governo e seus (des)equilíbrios internos, vistos por jpp.
Página Internacional: o aborto na China. É uma questão que "dá pano para mangas". E dois itens particularmente interessantes, sempre esquecidos: a política demográfica do estado chinês permite aos casais das zonas rurais que tenham dois filhos se, e apenas se, o primeiro for rapariga (um défice ontológico, claro); se a família tiver quase 5000 euros pode ter um segundo filho. Imagine-se se isto fosse no Malawi ou assim o que não diriam as ongs e quejandos, a "esquerda que ri" europeia. Já para não falar nas pinças com que se tem que falar de "aborto".
A grecitude europeia. A demência festiva alastrará?
Sociedade: um discurso de 10 de Junho. Para quem não gosta de tralhas.
Educação: "o mais importante é estar com atenção nas aulas". Quando o calendário escolar português entra em férias convém ler uma aluna falando do ensino. E lembrar-nos do "eduquês" e dos "libertários".
Viagens:O litoral português.O Portugal rural.
Publicidade:Bom Gosto e Saúde.
Economia:Como estamos reféns do industrialismo.
Cultura:1 Filme:
Rui Knopfli, por Eugénio Lisboa.
A morte de Eddy Paape, o desenhador de Luc Orient (argumentos do magno Greg) - uma das delícias da minha juventude. Que, contristado, descubro, atrasado, via O Herdeiro de Aécio.
1 Canção
Desporto: Um blog: o "És a Nossa Fé!". já está entre os 100 blogs mais lidos em Portugal ...
Um belíssimo texto sobre o Europeu de futebol.
jpt
A propósito da utilização das mulheres na publicidade, e para que não me venham com acusações de "moralismo", tacanhez, ficam dois de tantos ícones. Qual a diferença, não há aqui o tal de sexismo ou outras coisas assim? A diferença? Será indizível, talvez. Coisa de tacto. Ou seja, entre o boçal e o mental. Não há moralismos nisto, apenas um bocado de higiene.
jptHá já três anos que aqui botei sobre a campanha publicitária da cerveja Laurentina para divulgar a sua variante preta. O anúncio de então (ver na ligação) já era a piscadela de olho, barrasca, ordinária, inimaginativa, "esta preta é mesmo boa". Ao ver o anúncio cheirou-me a importação, disse-o até prova da existência da lusofonia (publicitária), um tom e um sotaque que me pareciam aqui excêntricos, e que logo associei à actual publicidade portuguesa, sempre de pénis na mão em ânsias masturbatórias (sobre essa tralha publicitária bolcei* aqui). Ou seja, parecia-me coisa de portugueses aqui deslocados para fazerem a campanha ou de nacionais moldados em Portugal, a espalharem-se, incompreendendo o local. Agora, três anos depois, enchem a cidade com este cartaz - qualquer publicitário virá dizer que está bem conseguido, não há nada a fazer, a onanomania é uma doença profissional, está visto.
Mas há reacção. Grossa bronca, a empresa a anunciar a desistência da campanha, que retirará os cartazes. Acusações de sexismo (não direi que não) e de racismo, por chamar "preta" à mulher, e aqui já é imputação descabida. Pois "preto" e "preta" são uso corrente, em tom elogioso e irónico, insultuoso ou neutral, e, tantas vezes, em registo de auto-definição. Enfim, o mote da campanha é ordinário? É. É racista? Não. E qual será o resultado? A empresa muda a campanha, paga mais uma, ganham os publicitários, ganha a empresa.
E recrudesce o moralismo, versão pública dos discursos mas com efeitos sociais, expresso publicamente nas elites políticas, aquelas coisas de proibir mini-saias ou pecaminizar os calções justos (tchuna babies), tudo alimentado nas mesquitas e igrejas que tanto se expandem. Má onda, a parva campanha, as refracções que provoca.
* Estou grato à leitora que me corrigiu o erro ortográfico.
jpt
Após alguns dias em Lisboa pergunta-me a minha filha, 9 anos, "pai, por que é que os cartazes têm tantas meninas?". E eu, que já andava a resmungar, tenho uma explicação económica, quer dizer, incompleta. Pois é muito cedo para lhe dizer que é porque os publicitários (no caso acima da Euro RSCG Portugal) e os tipos das empresas são (já, que o tempo passou) da "geração João Baião", iletrados crescidos no tempo da sexualidade (homo, bi ou hetero, pouco interessa) histriónica, barrasca, saltitona? Sei que resmungar com esta merda toda dá azo a que me digam qual censor do Herman, o tal do "não havia necessidade!" - mas era o mesmo Herman que gozava com as "coelhinhas" ...
Acima um dos exemplos, uma campanha de telecomunicações, com uma generosa beldade, em bela pose e olhar ... enfim, "é para o que é". O mote é "vem-te, porra!", em versão eufemismo "derrete-te". O que me chateia nem é a exploração do corpo feminino por razões comerciais, esta nem sequer é uma cena de "género" (que também pode ser invocada). É mesmo a javardice. (Diga-se, em abono da verdade, que o modelo merece a nossa atenção - mas não é ela a javarda, é mesmo o tipo da empresa). Um destes verões teremos (igualdade de sexos manda?) um pénis erecto em plena ejaculação para vender a Optimus?
Esta é campanha da Sapo, também comunicações. O Sapo, que alberga prestigados bloguistas, e que são como tal também-publicitados por esta bela campanha. Para apelar à aquisição de um pacote de produtos de comunicação nada melhor do que mostrar o rabo da garota. Mas muito mais do que isso, nesse âmbito apelar ao calão (lisboeta? mais transversal?) "pacote" para denominar o dito rabo. O "pacote" tem (ou tinha, não há muito tempo) uma semântica ["ganda pacote", "ir-lhe ao pacote"], explicitamente ligada ao desejo unilateral de penetração anal, e nisso constantemente referido. É apenas isto que a empresa Sapo tem para mostrar e pensar. Abençoado Wordpress, saio bem menos conspurcado deste Verão europeu que esses confrades bloguistas in-Sapo.
Dissolução de costumes? Decadência moral? Nada disso. Apenas uma monumental falta de gosto. Javardos. Uns "cagueiros", dir-se-ia, se no registo desta escumalha. Que ordinarizam a paisagem urbana do país. "Derretem-se"?
jpt
Nunca gostei do sempre-repetido mandamento bloguístico "escreve sobre o que sabes. Link to the rest". Sempre me irritou o prescritivo sobre esta irresponsável actividade, na qual para mim cada-um-como-cada-qual. Os limites do saber próprio (quando este existe) estão no trabalho, e isto do in-blog é para botar sobre o que vem à respectiva cabeça.
Para além disso o weblog é um diário, de impressões, e estas são (ou podem ser) múltiplas, esparsas - um tipo que só se interessa sobre o que sabe, caramba, é um chato. Claro que há os blogs especializados (dedicados), alguns fantásticos. Mas isso é uma saudável opção, não uma obrigação.
Mas o mandamento de "link to the rest" está estafado no bloguismo acima de tudo por razões tecnológicas. Com a vertigem imediatista do facebook, aquilo do clic-clic e ligação feita perdeu-se muito da dimensão inter-ligadora (e textual, reflexiva) do bloguismo. Aliás, os sistemas (blogspot, wordpress) terão que integrar essa função supra-ligadora. Ou desaparecem.
Como blogar neste contexto? Não sei bem, nem sei se isto tem muito futuro (há anos que se diz que o bloguismo è finito), ainda por cima com a "lentidão" ligadora que tem. Mas, pelo menos, é um sítio e um meio onde se pode escrever ... sobre o que não se sabe. Suprema liberdade potenciada pelo facebook, para onde podemos ir "linkar" coisas, fast-fast, clic-clic, com tanta vantagem ...
Uso o FB fundamentalmente como difusor de ma-schamba (a página blog ma-schamba, o grupo ma-schamba [modalidade que perdeu visibilidade nos murais devido às alterações do sistema FB] e o ma-schamba na aplicação NetworkedBlogs). Ainda assim acumulam-se as ligações, seja por réplicas imediatas de outros murais seja provenientes de outros suportes (blogs também). Como exemplo do supra-linkismo facebookista actual, até vertiginoso, (mas também para meu arquivo, e esperando que alguém se divirta abaixol) deixo os meus dois últimos meses de facebooking, as aventuras nessa likeland reino do clic-clic.
A ordem da colocação aqui é inversa da cronológica ...
64. O (necessário, urgente) elogio da Culinária Moçambicana
63. Documentário de Werner Herzog sobre pinturas rupestres
62. Da enorme série "recomendações dos amigos-FB"...
61. Assange, o wikilikeakista: o facebook é máquina de espionagem! Estes romanos são loucos!
60. Constante reprise
59. Pérolas do youtube ...
58. Um número especial da Science et Vie dedicado ao acidente nuclear de Fukushima (via Klepsýdra)
57. Pérolas do youtube ...
56. O Byrne de oiro.
55. The Clash "Should I Stay or Should I Go?": sem embebimento disponível ... É clicar e ouvir/ver ...
54. Gorongosa. Fauna, Flora e Paisagens, um belíssimo trabalho fotográfico disponibilizado no facebook.
53. 30 Postais sobre Moçambique (elo retirado). Vale a pena lavar a vista.
52. José Sócrates: "seis anos de batota". Que herança ... A arquivar, para não o esquecer.
51. O "vai vir charters" do Paulo Futre. Uma bela peça de marketing mas, muito mais do que tudo, uma lição de rir-se de si próprio. Viva Futre! (o meu candidato ...)
50. O excelente Nkwichi Lodge no Lago Niassa, um verdadeiro eco-lodge e com gente porreira à frente, foi escolhido como um dos 101 melhores hotéis mundiais [Já lá estivemos e sobre isso botei, deslumbrado].
49. Da enorme série "recomendações dos amigos-FB"...
48. Da enorme série "recomendações dos amigos-FB"...
47. Da enorme série "recomendações dos amigos-FB"...
46. Da enorme série "recomendações dos amigos-FB"...
45. Directório de blogs expatriados. Aqui a secção Moçambique.
44. Um ascensão fulgurante, dançarinos moçambicanos integram o último trabalho de Beyoncé.
43. João Pereira Coutinho, no fim de José Sócrates, o pior dos políticos portugueses, com o tique máximo da anti-democracia: "um político que prefere negar a realidade e confunde uma crítica ao governo com uma crítica ao país". Que nunca mais volte, é um desígnio nacional, apesar das suas ameaças "em andar por aí".
42. O excelente sítio Buala a trabalhar sobre Ruy Duarte de Carvalho.
41. O Da Casa Amarela a comemorar o aniversário de Dylan
40. A AL é uma emérita coleccionadora de cartoons e tem um mural FB fantástico nisso.
39. No 70º aniversário de Dylan, ele sobre Elis Regina
38. Forever Mickey
37. Água Vumba premiada, a minha bebida moçambicana preferida. (Sim, apesar de militante da dupla 2M - Manica)
36. A propósito da crise, versão pop-pirosa ...
35. 3XMiles
34. The Guardian a olhar para a imprensa moçambicana e seu impacto social. O elogio do jornal "Verdade", o popular primeiro gratuito, que tanto modificou a paisagem mediática aqui. E que é líder na imprensa informática, com o vigor que coloca - celebrizando-se na cobertura dos acontecimentos de 1 e 2 de Setembro de 2010.
33. Dexter, via MVF - que tem um refinado mural FB. E talvez por isso tão pouco aqui culime ...
32. Mitos industriais perversos, via A Arte da Fuga, um bom pontapé no guevarismo e, mais globalmente, no acriticismo.
31. Um céu limpo global, fruto de um projecto fotográfico de grande monta.
30. Uma nova supernova. A página da National Geographic dá-nos maravilhas diárias ...
29. Naipaul por Naipaul - agora aflorando a "escrita feminina". Um elefante em loja de femininismos ...;
28. Aquando das eleições portuguesas uma reflexão sobre as aldrabices das sondagens políticas portuguesas. Já nas últimas eleições isso se discutiu no bloguismo - o peso simbólico (académico, como se científico, e mediático-televisivo) dos sondageiros, alimentado pela idolatria da numerologia continua a permitir a subsistência e sobrevivência gente. Urge o ostracismo moral. Para todos ..
27. No país da Dirty Dilma: também ler um Que fazer?;
26. Sobre os telemóveis. Cancerígenos ou não?, via De Rerum Natura. Questão de "estação estúpida"? Ou bem pior do que isso? E que efeitos nos fanáticos twitteristas?
25. Chegou o icloud da Apple, e deve mudar bastante as coisas - como por exemplo nunca mais perder os ficheiros por corrupção dos "discos-afinal-moles".
24. Notícia da publicação do Caderno de campo na Guiné-Bissau (1947) de Orlando Ribeiro. Para a agenda de compras quando em Portugal ...
23. Lou Reed Forever
22. Da enorme série "recomendações dos amigos-FB"...
21. Bela galeria fotográfica de arte moderna
20. Kare Lisboa, na Lx Factory: gente família a lutar bem com a crise. E nós de longe a torcermos pelo sucesso, bem-merecido.
19. Lembrei-me da gentil guitarra do Beatle. (um Beatle nunca é ex).
18. Bjork, Venus as a Boy: lembrei-me do vulcão islandesa, mas sem direito a partilha (a função "embeber" foi retirada do youtube para este filme). É clicar para ouvir/ver ..
17. Tomai lá com o Bach, em Lisboa disse uma velha-amiga
16. África em vista aérea, uma galeria sumptuosa a mostrar o trabalho de George Steinmetz, "fotógrafo americano que percorreu e fotografou as paisagens africanas ao longo de 30 anos. Sobretudo do ar, a bordo de um parapente motorizado":
15. Uma dupla de Siouxie, a última das moicanas ...
14. Lago Niassa declarado reserva natural pelo governo de Moçambique, uma boa notícia enquanto há rumores de que empresas se preparam para acelerar a exploração dos "recursos" minerais existentes.
13. Ads of the World: conhecer o inimigo. Para melhor o combater.
12. Canal de Moçambique, o mais belo título dos jornais moçambicanos, a abrir a sua página no facebook;
11. Imperdível, textos sobre Arte Contemporânea africana;
10. Eu lembrei o Tony de Matos e logo uma amiga-FB completou ...
9. O Grande Tony de Matos - que eu sempre recordo a actuar no Coliseu dos Recreios em meados dos anos 1980s, então sala-nobre de Lisboa e como tal vedada aos cantores populares. Foi "special guest star" de Vitorino e levantou o público à ... entrada. Um sucesso, uma reparação. 25 anos depois honra ao Vitorino que provocou o momento ...
8. Da enorme série "recomendações dos amigos-FB"...
7. Da enorme série "recomendações dos amigos-FB"..
6. Uma série apaixonante, a ir ver: Closer To The Truth
5. Uma sumptuosa série sobre filósofos, disponível no youtube, ao qual chego via Crítica. Blog de Filosofia;
4. Vasco Palmeirim - um delicioso humorista dos novos tempos em Portugal que venho conhecendo via youtube ...
3. O silêncio dos livros, um belo blog mostrando leituras.
2. Retirado o título [o grau de doutorada] a deputada europeia [alemã] Silvana Koch-Mehrin que plagiou - informa o Diário de Notícias exactamente no dia em que deixei o resmungo sobre o posfácio dos plágios (e lembrando outro meu lamento mais dorido);
1. Stellarium, um fantástico programa informático que nos põe o planetário em casa (como qualquer miúdo da minha geração teria sonhado).
jpt
Paulo Querido narra a "introdução" da vuvuzela em Portugal, a campanha da petrolífera GALP para "acompanhar" o mundial da bola deste ano. Para os incautos que ainda não a conhecem: a vuvezela é horrível, o vuvuzelar é um atentado. Ao sossego alheio, ao bem-estar público, à ordem natural das coisas, à moral e bons costumes, à ecologia. Em resumo: é satânico (aka fascista ou comunista, para os mais dados à política e menos às espiritualidades). A história da introdução desta corneta em Portugal (que espero venha a desfalecer rapidamente) "diverte-me" por duas coisas: pois conheço o seu obreiro - com o qual tenho até mediado parentesco espiritual - há mais de um quarto de século (a velocidade do tempo é, também ela, coisa satânica) e gosto de saber que continua a mexer, seja lá como for, com a pasmaceira circundante; e porque confirma isto de que aos meus patrícios basta acenar com qualquer banha-da-cobra (aka gadgets) que eles correm logo a comprar. Crise ou não crise, como sobreviver se não se tiver o que o vizinho do lado já tem? Como recusar aos "filhinhos", aquele casalinho ranhoso (até tatuado e escarafunchado em piercings, ou a caminho disso) gerado lá em casa, o que os outros "meninos" da turma já têm?, não irão eles crescer deficientes sem todas as "vuvuzelas" do bazar? Tudo isto lembra-me um texto do grande Jack London, coisa com mais de um século já, portanto ainda anterior ao dito"audiovisual":
"Desperdício comercial. Consideremos o capítulo da publicidade. Para realizar aquela que inunda as ruas de papelada, profana a atmosfera, polui o campo, viola a santa intimidade familiar, emprega-se um verdadeiro exército: redactores, fabricantes de papel, impressores, coladores de cartazes, pintores, marceneiros, douradores, mecânicos, etc. Sabe-se que os fabricantes de sabão e de produtos farmacêuticos chegam a gastar meio milhão de dólares por ano em publicidade. Este desperdício comercial apresenta-se sob variadas formas, uma das quais diz respeito as artigos que são feitos para serem vendidos, e não para servir, como os alimentos falsificados e as mercadorias de pacotilha; ou, parafraseando Matthew Arnold, lâminas de barbear que não cortam, fatos que não vestem bem, relógios que nunca funcionarão." (Jack London, O Vagabundo e Outras Histórias, Dinossauro Edições, 1995, p. 74. Tradução de Ana Barradas)
jpt
[Bazarketing, de Thiago Fonseca, Maputo, Ndjira, 2004]
Bazarketing: "a palavra marketing vem de market que significa mercado. Mas, quando esse Mercado ainda não existe, e se comporta como um Bazar, que outro nome se poderia dar? Isso mesmo, Bazarketing!" Um muito interessante livro de um dos mais bem sucedidos publicitários moçambicanos, o homem da "Golo", ao que consta de linhagem do ofício, o seu avô terá sido fundador da agenda - não estou certo desta informação, não conheço o autor, mas é sempre bela esta ideia do mester de família.
Um livro sobre publicidade e marketing em mercados emergentes, a colher a atenção dos profissionais. Mas também de quem quer olhar Moçambique, neste caso quais as imagens e produtos se querem transmitir e vender, no hoje e para o futuro. E de como se procura realizar tais tarefas, espelho de como se compreende o país. E nele se actua.
Entre outros quero realçar dois pontos, abordados no livro. A afirmação, fruto de uma reflexão prática, da necessidade de um olhar local, livre dos modelos conceptuais, estéticos e práticos importados, dos padrões julgados "elevados" "produtivos", que antes se diziam "civilizados": aqui se defende, sobre os louros de sucesso anterior, o "Bazarketing e o Pensamento Local", o "Pense localmente. Actue localmente.", um saber que afirma, eficiente e reflexivo, "Os enlatados versus o Bazarketing". Não resisto a citar:"Enquanto o mundo pretende demonstrar que as pessoas estão cada vez mais iguais, a verdadeira oportunidade está em reconhecer que, na verdade, estão e são cada vez mais diferentes e únicas."As estratégias de marketing que funcionam no 1º mundo não funcionam necessariamente num mercado emergente. É como um Rolls Royce ou um Ferrari. São óptimos. Mas não foram desenhados para as nossas estradas, cheias de buracos. Aqui funciona melhor um 4X4. Esta adequação é a diferença entre marketing e bazarketing." (37-38)
Parece óbvio? Assim escrito parecerá, mas o que realmente se passa no enorme resto é a constância do pensamento exportador, de modelos, práticas e valores. Pensamento preguiçoso, indigente. E falhando, falido. Mas que fica bem em casa, pois não ofende sensibilidades e sofás lá do "norte" (esse que se sabe não ser geográfico, claro está).
Não falo apenas em publicidade/marketing, dos quais pouco (ou nada) percebo. Estou mesmo a aproveitá-lo, extrapolação para referir as opiniões/actuações na política, na economia, na organização social, nas relações culturais (então sobre isto...).
E como é refrescante ler isto, preto no branco, proveniente de um discurso empresarial e pró-empresarial, esse que exige intelecto a actuar. E assim não o impedindo de pensar. (E, já que isto é blog, há por esses caminhos bloguistas tanto excitadozinho vociferando contra um tal de "relativismo"-papão sobre o qual nada sabem que conviria ler umas páginas sobre publicidade moçambicana. Para se lhe poder dizer, em caso de paciência suficiente, que se o alter-ismo pode ser muito irritante o auto-ismo deles é nada).
Um segundo ponto, e este mais problemático. Estamos a ler sobre o moldar de um mercado, dos indivíduos. É explícito o desafio posto ao(s) publicitário(s). Em Moçambique os indivíduos ainda não são indivíduos-consumidores, estão virgens de "marcas", são quase uma tábua rasa quanto a afectos face aos signos estatutários, as "nike" e "gilletes" que os demarcam e denotam. Para o profissional acredito que seja apaixonante o desafio, o de criar vínculos deste tipo, reproduzíveis a longo prazo. Para o leitor fica um documento sobre a produção não apenas desses vínculos entre produtos e consumidores, mas sim da produção de necessidades, valores, práticas (de consumo). Mediadas por nomes, o dos clientes - fornecedores. Na prática estamos a falar da produção de indivíduos. Assim. Consumidores induzidos e balizados.
Enfim, um caminho. Muito discutível, também. Para memória aqui deixo imagens de duas campanhas institucionais, belissimamente desenhadas (se eficientes já não sei, não tenho dados): a mais violenta, violentissima mesmo, campanha dedicada à luta contra o Sida, e uma fantástica (e recente) sobre a prevenção da malária.À margem do livro, mas por ele lembrado, é sempre interessante recordar que quem menos interroga os efeitos profundos da publicidade é quem mais absolutiza o "indivíduo", o retira destes processos de formação e produção, quem o vê livre e igual no mercado. Leve ideologia. Mas poderosa. Talvez mesmo por ser tão leve, nada custa a carregar.