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"…cheguei a um acordo perfeito com o mundo: em troca do seu barulho dou-lhe o meu silêncio…" (R. Nassar)
[W.G.L. Randles, Da Terra Plana ao Globo Terrestre, Lisboa, Gradiva, 1990]
Abaixo, a propósito da selecção de imagens da Reuters que ilustra a década passada, ecoei o meu - habituado - espanto com o excesso de atenção sobre "o conflito" (o próprio singular usado é significante) em Israel. É uma constante, essa supra-atenção (existente nos defensores de cada "causa"), com toda a certeza herança do implícito bíblico, essa Jerusalém como centro, umbigo do mundo. E por isso mesmo me lembrei deste delicioso livro de Randles - se alguém tiver um familiar interessante pode bem oferecer-lhe um exemplar neste Natal (de notar, para os interessados na história de Moçambique, que este grande historiador escreveu também "O Império do Monomotapa entre XV e XIX").
E fica uma breve citação do texto - para mostrar como (tant)os jornalistas pensam o cosmos no princípio de XXI.
"A ecúmena cristã plana, está representada de maneira muito esquemática nos mapas da Idade Média por um círculo cuja superfície está dividida em três partes pela letra "T", donde lhes vem o nome de mapas-múndi "T e O". A vertical do "T" representa o Mediterrâneo e separa a Europa da África; as duas metades da transversal representam, uma, a Tanais (o Don) e, a outra, o Nilo: só por si, eles separam a Ásia do resto do Mundo. No ponto da junção entre a vertical e a transversal do "T" situa-se Jerusalém, o centro do mundo. No século XII Pedro Comestor assinala: "Alguns dizem que este lugar [Jerusalém] é o umbigo da Terra habitável ..." (39)
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