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A etnia portuguesa

por jpt, em 21.10.11

 

No meu e-mail do blog (maschamba@) recebo um inquérito sobre Atitudes da População Portuguesa em relação à Homoparentalidade (famílias de pais e mães homossexuais), destinado à realização de uma tese de doutoramento em Psicologia Aplicada na Universidade da Beira Interior e no Instituto Superior de Psicologia Aplicada. Resmungo um pouco, isto é algo "spam", não conheço o remetente, vasculhou endereços de blogs para aqui chegar. Mas é uma tese de doutoramento, vou responder - apesar do tema, nítido surfar da moda, como diria Thomas Kuhn se escrevesse hoje. Tese de causa, tese com causa. O primeiro passo para tese sem causa. Universidade Pública a dar tutela. O Bloco de Esquerda (a mais o Jugular) a legitimarem-se via juris de academia.

 

Preconceito meu? Vamos ver, vou responder ao inquérito. Pede os nossos dados: qual o meu género?. Respondo. Qual a minha sexualidade? Heterossexual, Bissexual, outra, gay, lésbica? Notam alguma coisa? O inquérito assume de imediato a linguagem política. Homossexual, heterossexual, bissexual, outra? Nada disso, o tom é o do assumir a linguagem política, os termos reclamados, o investigador pergunta o povo mas não pergunta o (santificado) objecto. Tralha, tutelada por qualquer Doutor da universidade pública.

 

Chateia-me muito? Não, é apenas um doutorando de psicologia a fazer pela vida, se engajado ou não é questão dele. Sigo.

 

Depois vêm mais algumas perguntas para nos identificar o perfil, "tipo". Deparo com esta: "Qual é a sua nacionalidade"? Respondo, portuguesa. Depois: "No caso de ter outra origem étnica que não a Portuguesa, indique qual." Vacilo, que é isso de etnia portuguesa? Que posso eu dizer a este académico do bloco de esquerda, engajado, que é leitor de blogs e neles recolhe emails, sobre a etnia portuguesa? Lamentar, avisar, que está num processo de formação? O homem está num doutoramento, já construíu o mundo dele, o racismo dele, o engajamento dele. E que posso dizer ao "doutores" do ISPA e da UBI que não só acolhem estes projectos a la carte e os protegem. Que posso dizer a este herdeiro da "nação" portuguesa e aos seus mestres? Que são racistas (que o são)? Modistas (que o são)? Um mercenarismo académico em vestes mais-ou-menos bloquistas (leiam-se os termos das inúmeras perguntas para se perceber o que é a produção do viés). Acima de tudo o que se pode dizer é que na ânsia da crista da onda são ridículos. Ridiculamente ignorantes. E no engajamento, sempre intolerante, completa e vergonhosamente racistas.

 

Esses mesmos, os da minha "etnia portuguesa". Acampados na universidade pública. A fazerem política. (O inquérito fascisto-bloquista não tem identificado os tutores do projecto de doutoramento. Muito provavelmente, idade oblige, já membros da maçonaria socialista. Coisas da etnia "académica" gauchiste). 

 

jpt

publicado às 11:00


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