Com o nome de baptismo Marcus Vinitius da Cruz de Melo Moraes (apenas aos nove anos é registado como Vinicius de Moraes), nasce no dia 19 de Outubro de 1913, na Rua Lopes Quintas nº114, no bairro do Jardim Botânico, Rio de Janeiro. Vinicius morreu de edema pulmonar a 9 de julho de 1980 em sua casa na Gávea, também no Rio de Janeiro.
Quando passam 100 anos sobre o seu nascimento, a evocação em forma de poema. Perdoarão naturalmente os mais avançados um certo paroquianismo se aqui deixar "Soneto da Fidelidade", escrito pelo poeta numa curta escala no Estoril em 1939, enquanto esperava o paquete que o levaria ao Brasil vindo de Londres nos primeiros dias da II Guerra Mundial.
-------------------------
Soneto da Fidelidade
De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
-
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
-
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
-
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure
.
(Vinicius de Morais, Estoril, Portugal, Outubro de 1939)